O presidente da Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, afirmou esta terça-feira, dia 20 de abril, que existem “enormes dúvidas” sobre aquilo que “possa vir a ser o modelo” da Bolsa de Turismo de Lisboa de 2021, agendada de 12 a 16 de maio.
“Percebemos que os condicionantes da FITUR, em Madrid, praticamente afastam qualquer perspetiva de sucesso da feira deste ano, a não ser uma decisão política”, referiu.
Segundo Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal: “Há uma posição conjunta das Entidades Regionais de Turismo para que seja avaliada a possibilidade da sua dilação ou, eventualmente, um cancelamento da feira de 2021 para 2022. Há, no entanto, uma contraproposta que vai ser feita pela FIL e o Turismo de Portugal será ouvido. Neste momento, reina a incerteza sobre o que pode ou não vir a acontecer”.
Pedro Machado falava no evento online #ConversaCom# do TNews, realizado esta manhã, no qual respondeu a várias questões, nomeadamente sobre a realização da BTL.
Há uma questão óbvia: “A BTL de 2021 nunca será em moldes clássicos tradicionais como aqueles que conhecemos nos últimos anos. Basta pensar no condicionamento do espaço físico e no rastreio das pessoas que podem entrar. Veja-se o que vai acontecer em Madrid. A FITUR vai ter um pavilhão só para testes rápidos. Imaginem o que é uma feira que está condicionada ao controlo de testes rápidos ou, eventualmente, o afastamento dos hosted buyers, que é para nós, profissionais do setor, o que nos motiva mais para participar na feira. Neste momento há enormes dúvidas . Esperemos que rapidamente se chegue a um porto de abrigo sobre a decisão final”.
FITUR
Sobre a participação de Portugal na FITUR, Pedro Machado considera que, caso a feira se realize, Portugal não pode deixar de estar presente .”Espanha é demasiado importante para o mercado nacional, quer para o Centro, Alentejo ou Norte, que estão mais dependentes da sua relação direta e cultural com Espanha ao longo do ano inteiro. Se Portugal estiver, as sete regiões também vão estar”.
No entanto, afirma que existem várias questões para as quais ainda não existem respostas. “Vamos ter público? Vamos ter ou não hosted buyers? A decisão de realizar a FITUR 2021 é uma decisão política do governo espanhol. Espanha quer dizer ao mundo que, não podendo receber os 87 milhões de estrangeiros, está a fazer tudo o que está ao seu alcance para rapidamente os recuperar. Espanha já tem mais de seis milhões de desempregados provocados pela pandemia. Também não será a FITUR que conhecemos, pelas restrições sanitárias, mas muito em particular pela expectativa de podermos vir a fazer em Espanha aquilo que fizemos em anos anteriores”.