Domingo, Dezembro 8, 2024
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Entrevista: “Qualquer nova localização que surja para o aeroporto é mais areia na engrenagem”

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Na véspera de mais uma Cimeira do Turismo Português, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal, em que participam António Costa e vários membros do Governo, Francisco Calheiros tem expetativas altas para a discussão dos temas que importam ao turismo, a começar pelo Aeroporto de Lisboa. O presidente da CTP diz não compreender o novo prazo apontado pelo primeiro-ministro (final de 2023) e garante que vai continuar a pressionar o Governo. Quanto à questão da falta de recursos humanos, o presidente da CTP não tem dúvidas de que a solução passa pela imigração, mas questiona “onde vão viver os imigrantes?”. Em matéria de apoios às empresas, o líder da confederação lamenta os atrasos e deixa a mensagem: “Dá ideia que o Governo se esqueceu, nos últimos tempos, do motor da economia, que é o turismo”.

A Cimeira do Turismo Português acontece num momento em que existem muitos temas quentes em cima da mesa, nomeadamente, o primeiro-ministro adiou novamente a decisão do aeroporto, há apoios lançados pelo Governo para combater a subida da inflação. O que é que espera que saia da Cimeira de Turismo, com tantos altos responsáveis do Governo?

A cimeira é um momento alto e para o qual trabalhamos muito. Dá-se também a coincidência de ser uma boa data para balanços. O verão acabou, o ano está feito, estamos a dias do orçamento geral de Estado. Dito isto, é evidente que vou referir os problemas do turismo e gostava de ter algumas respostas para aquilo que se vai passar até ao final do ano, em termos de orçamento geral de Estado. As expetativas são altas, pelos painéis e participantes que temos. Tivemos muito cuidado em estudar os painéis para cobrir todas as questões que estão em cima da mesa, seja os problemas geoestratégicos que temos com a guerra, sejam os problemas da promoção, de atração de profissionais e talento para o nosso setor, sejam os eternos problemas que nos preocupam muito como o aeroporto e a TAP. Depois temos um momento que gosto, particularmente, que é uma conversa com o Dr. Dionísio Pestana. Tenho uma admiração especial pelo Dr. Dionísio Pestana, porque constituiu uma das maiores cadeias hoteleiras do mundo, que joga na primeira divisão, com hotéis em Espanha, Inglaterra, EUA, Alemanha e continua a ser um grupo propriedade 100% de uma pessoa, não está cotado em bolsa e não tem fundos associados. Adoraria ser eu a entrevistar o Dr. Dionísio Pestana, porque teria várias perguntas que gostaria de lhe fazer, por exemplo, como é que tem sido feito este desenvolvimento? Qual o futuro deste grupo? E, representando o Dr. Dionísio o que representa, se o Governo é useiro e vezeiro em perguntar-lhe qual a sua opinião, porque não há ninguém melhor do que ele que saiba até pelas geografias onde está.

Aproveitando a presença do primeiro-ministro, qual é a mensagem que a CTP vai passar relativamente ao dossier Aeroporto de Lisboa?

Temos três blocos importantes na cimeira: a economia, com o ministro António Costa Silva. Será muito importante ver o que vai dizer no seguimento de ter defendido publicamente a baixa do IRC –  questão que a CTP defende há muito. Temos outro momento com o ministro Fernando Medina, é importantíssimo saber quais serão as grandes linhas do Orçamento de Estado para 2023. E, mais importante de tudo, temos o primeiro-ministro António Costa. Relativamente ao aeroporto, temos que, de facto, perder bastante tempo com ele, e eu vou perder bastante tempo com ele no meu discurso. Temos vários problemas: questões de capitalização das empresas, de promoção, de falta de mão de obra e outras. Vamos olhar para isto noutro sentido: se amanhã sair um medida em que as empresas ficam todas capitalizadas – o mundo perfeito -; se o governo decidir fazer uma mega promoção; e se de repente aparecem 50 mil pessoas para trabalhar, estamos cheios de fôlego, mas os turistas não vão chegar cá. Ou seja, se não resolvemos o problema do aeroporto – não queria dizer isto -, mas quase que não vale a pena resolver os outros. Há uma questão que é técnica. A decisão do aeroporto de Lisboa, que é a entrada de uma percentagem muito importante de turistas, está enrolada há 50 anos. Já sabemos o que aconteceu em 2019 e em 2022, não sabemos o que vai acontecer em 2023. É um ano particularmente difícil de previsão, porque o conjunto de fatores é muito grande. Pela parte negativa, o que temos é uma guerra que está a fazer um aumento em todas as matérias primas, a taxa de juro não para de subir, a inflação está prevista a 7,8%, tudo isto é mau. Há vários cenários e há uma dificuldade grande em prever aquilo que vai acontecer no ano que vem. Uma coisa é certa: não vamos voltar ao movimento de 2020 e 2021, em que não tínhamos problemas no aeroporto porque não havia turistas, vai ser como em 2019 ou como em 2022. O nosso problema de aeroporto é estrutural. Este ano, o aeroporto passou nos pingos da chuva, porque o que se passou em Lisboa passou-se em Heathrow, Orly, Schipol. Para o ano, isto não vai acontecer nos outros aeroportos e nós mantemo-nos aqui.

“Estamos a estudar um local de grande visibilidade em Lisboa onde vamos pôr o contador, para se lembrarem todos os dias, como nós nos lembramos, o que é que o país está a perder por não decidir um aeroporto”

Qual é a leitura que faz deste novo prazo para uma decisão sobre o aeroporto até ao final de 2023?

Não se percebe, ninguém percebe. A decisão Montijo é uma decisão PSD/CDS, de há sete anos com Passos Coelho. A seguir tivemos eleições e tivemos um Governo liderado pelo PS. O PS, e bem, na minha opinião, não alterou a decisão do anterior Governo. Porém, quando se verifica a famosa lei em que um município pode inviabilizar, por via do seu veto, uma infraestrutura de âmbito nacional, o PS virou-se para o PSD para ter apoio e alterar a lei, o PSD não deu. A pergunta é esta: se o Montijo é decisão PSD/CDS, se o PS mantém a decisão e se estes dois partidos lideram o país há quase 50 anos, por que é que não arranca? Não consigo perceber.

Em julho, a CTP revelou um estudo e um contador com as perdas para o país face a uma não decisão sobre o aeroporto. Foram apresentados quatro cenários. A decisão adiada para o final de 2023 é pior do que qualquer cenário traçado?

O cenário menos mau, em que o país perde 7 mil milhões de euros, depois do primeiro-ministro dizer que a decisão será anunciada no ano que vem, piorou.

A CTP vai pressionar o Governo para que essa decisão seja conhecida mais cedo?

Claramente. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para pressionar o Governo. Neste momento, o contador [apresentado em julho] ainda não parou, estamos a estudar um local de grande visibilidade em Lisboa para se lembrarem todos os dias, como nós nos lembramos, o que é que o país está a perder por não decidir um aeroporto. Não estamos minimamente confortáveis com aquilo que ouvimos do senhor ministro.

Como vê esta nova proposta que surgiu para a construção do aeroporto em Santarém?

Durante muito tempo houve uma grande discussão à volta das localizações para o aeroporto. Quando as coisas começaram a afunilar, nomeadamente quando o Governo PSD/CDS decidiu o Montijo e posteriormente o PS manteve essa decisão, nós defendemos muito o Montijo, porque o Montijo tem duas ou três caraterísticas importantes: em primeiro lugar, porque é rápido e barato, em termos do que custa fazer um aeroporto, e, em terceiro lugar, está já previsto no contrato de concessão com a ANA. Se fizer outro aeroporto qualquer, não está previsto, são mais não sei quantos anos a negociar. A partir de uma certa altura, com a quantidade de soluções que se puseram em cima da mesa, nós defendemos: decidam. Se vir no nosso estudo, o que apresentamos são cenários, a nossa posição é: decidam. Qual é o problema de Santarém ou outra qualquer localização? Não tem a ver com Santarém, até porque já reunimos com os promotores do aeroporto para Santarém, liderado pelo grupo Barraqueiro, do Dr. Humberto Pedrosa, que já deu mais do que provas de ser um grande empresário, nomeadamente na área dos transportes. Não temos nada contra os promotores, bem pelo contrário, agora qualquer nova localização que surja é mais areia na engrenagem. Tive oportunidade de dizer isto aos promotores. Não podemos entrar nas discussões técnicas, porque cada vez que falamos com um promotor, ficamos convencidos, não tenho conhecimentos técnicos para contrapor, mas a realidade é que não sai do papel.

A privatização da TAP faz sentido sem haver uma solução definida para o aeroporto?

São situações que têm de correr em paralelo. Uma coisa são as infraestruturas aeroportuárias, outra coisa é o transporte aéreo. A TAP tem aguentado tudo. É privatizada, é nacionalizada, é impressionante. Fomos contra a nacionalização da TAP, agora o que dizemos em relação à TAP é que é muito importante para o turismo português, nomeadamente em Lisboa. O que gostaríamos de ver é uma TAP cada vez mais forte, porque relembro dois momentos da TAP: primeiro quando decidiu fazer o hub com o Brasil e o sucesso que teve e, mais recentemente, como os EUA. Houve apostas que a TAP fez que tiveram uma importância fundamental para o turismo. Dito isto, a opção é do dono, o Estado. Não tenho dúvida nenhuma que irão tomar uma decisão que seja boa para o país. Com certeza que, no processo de venda, há uma série de coisas que têm que ser salvaguardadas, nomeadamente, a diáspora, as ilhas e do hub.

“o problema fiscal é grave, a falta de mão de obra é grave, mas grave, grave é o aeroporto.”

Entretanto, onde estão as soluções para, neste período em que não temos novo aeroporto, podermos responder à procura de turistas e, por outro lado, à operação da distribuição turística em Portugal?

Não existem soluções.

O turismo vai estagnar?

Claro, não há dúvida. Ainda é possível melhorar um bocadinho o funcionamento da Portela, mas é uma franja. Se houvesse alternativa, não estaríamos a discutir isto como o grande problema nacional, a questão é que não há alternativa. As palavras são de António Costa: não há plano B. Por isso é que digo, o problema fiscal é grave, a falta de mão de obra é grave, mas grave, grave é o aeroporto. A decisão tem de ser tomada já. E, sim, vamos perder muito movimento, muitos turistas.

A secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços diz que a melhor solução, para já, é apostar no resto do país.

Se fosse Secretário de Estado diria o mesmo, diria que temos dois desafios: primeiro desafio, no que diz respeito a Lisboa, é fazer campanhas para que as pessoas fiquem mais tempo e gastem mais, e depois diria que é uma grande oportunidade para os aeroportos do país.

O que quero deixar claro é que, tanto a SET como o presidente do Turismo de Portugal, não podem dar a resposta que estou a dar, mas a resposta é esta: Não há alternativa. Se não houver uma baixa de turistas para o ano – que espero que não haja – o comportamento do aeroporto de Lisboa vai ser mau na mesma.

Falta de mão de obra

A nova lei de estrangeiros está aprovada e promulgada. Já se avançou no processo de modo a  termos mais estrangeiros em Portugal a trabalhar?

As coisas atrasam sempre. Houve uma coisa que acho que este Governo esteve bem na altura da pandemia: desemprego nunca aumentou muito. Mas este problema da falta de mão de obra vem de 2019. Hoje em dia, o problema é muito mais geral, não falta mão de obra só no turismo e não falta só em Portugal. Há, claramente, aqui um problema. Não há neste momento mão de obra disponível. Isto é uma consequência do inverno demográfico que temos tido em Portugal. É um problema que se vai arrastar para as próximas gerações – daqui a cinco anos vai ser pior. Como não acho que haja milagres, a solução tem de passar claramente pela imigração. Temos a sorte de fazer parte da CPLP, onde estão representados umas centenas largas de milhões de pessoas.

Dito isto, a burocracia emperra, a lei está promulgada, mas não está regulamentada. Se quero imigrantes tenho que facilitar a vinda deles, tenho de criar uma ‘auto-estrada’, temos problemas consulares em muitos sítios, tudo isto tem de ser dinamizado, facilitado. Depois há toda uma cadeia de valor que tem de ser estudada. Imaginemos que até arranjamos uma ‘auto-estrada’ e vir para Portugal é extremamente fácil, mas onde vão viver os imigrantes? Tem de haver uma ação concertada, se queremos imigrantes.

Não estamos a falar de 5, 10 ou 20 mil imigrantes, estamos a falar de muito mais, de dezenas de milhares de pessoas. Um imigrante vem para cá, vai ganhar 1200 euros, se pagar 700 euros de renda, apanha o avião e vai-se embora, não consegue viver.

Se os salários não acompanharem a subida da inflação, não vai aumentar ainda mais o problema da falta de recursos humanos?

Sobre as questões salariais, há uma coisa que digo há muito tempo e que serviu no momento em que as questões salariais eram menos prementes, e que serve agora em que são mais prementes. A questão salarial cumpre a lei mais antiga da economia que é a lei da oferta e da procura. Este ano, com o turismo a crescer e com um crescimento enorme em relação ao ano passado, o turismo foi o setor que mais aumentou ordenados, de acordo com os dados do INE. Agora, penso que isso não chega.

Porque temos uma inflação maior?

Cobre a inflação, o problema não é esse.

Estamos a falar de aumentos médios de salários no valor de 2,5% no setor privado.

No turismo foi muito mais.

Quanto?

Basta ver os dados INE. Estamos a falar de 6%, 7%.

Ainda assim abaixo da inflação.

Mas é o setor que mais aumentou de todos os setores. Penso que o problema é outro. Há uma nova geração que claramente quer uma compatibilização entre a vida profissional, familiar e pessoal. O setor do turismo não é muito ‘friendly’ para isso. Na grande maioria o horário do setor não é das 9h às 17, de segunda a sexta. É um setor que trabalha muito aos fins de semana e que tem de estar aberto muitas vezes 24 horas. Estou a pensar nos aeroportos, companhias aéreas, hotéis, alojamento local, restaurantes. Temos aqui um problema para o futuro. O que julgo – e já começámos a discutir em 2019 estas questões – é que temos de tornar cada vez mais este setor atraente e não passa só pelo aumento de salários – obviamente que também passa pelo aumento de salários – mas passa também por planos de carreiras. À semelhança da figura do chef, temos de fazer o mesmo com o chefe de receção, diretor de hotel, barman, tudo tem que ter glamour. Isto não é fácil, porque para quem quer compatibilizar a sua vida profissional e pessoal é um grande desafio.

“Até 2019, as empresas ganharam muito dinheiro, estavam hiper capitalizadas e, ainda bem, porque 2020 e 2021 foram dois desastres”.


Acredita que, forçosamente, o setor do turismo vai ter de fazer aumentos superiores à média nacional justamente por causa da pouca oferta de trabalhadores?

Acredito.

As empresas turísticas têm capacidade de aumentar salários neste momento?

Isso depois terá de ser incorporado nos preços. Mas a resposta é que acredito claramente que sim, porque é como digo: se quero um empregado de receção ofereço 800 euros, se não arranjar o que faço? Ofereço 900. Se não arranjar, ofereço 1000. E os que lá estão a ganhar 800 passam para 1000. Acredito veemente que é o que vai acontecer. Agora, quantos aos timings, as empresas aguentam ou não aguentam? Até 2019, as empresas ganharam muito dinheiro, estavam hiper capitalizadas e, ainda bem, porque 2020 e 2021 foram dois desastres. Quando me perguntam como é que fecharam tão poucas empresas? Porque estavam capitalizadas e aguentaram. 2022 foi bom, mas atenção não cobre o que se perdeu em 2020 e em 2021. É com calma, os preços também têm vindo a aumentar, a acompanhar os custos. Estamos sempre a falar da lei da oferta e da procura.

“O Governo esteve muito bem no início da pandemia. AGora, dá ideia que se esqueceu nos últimos tempos do motor da economia, que é o turismo”

Qual a leitura que faz do novo pacote de medidas de apoio às empresas apresentado pelo Governo? O Governo devia ter ido mais longe em termos de carga fiscal?

Há dois tipos de medidas. Não estamos na condição de algumas indústrias, em que por exemplo o custo de energia é 70% dos seus custos totais. Portanto, são medidas que são mais direcionadas para as empresas que têm uma dependência muito grande da dependência energética. Julgo que temos de ir mais atrás. Há uma série de promessas e planos que não se concretizaram. Houve um programa APOIAR prometido em campanha eleitoral que não foi dado, relativamente ao ano passado. Não está praticamente nada feito em relação às medidas de capitalização das empresas e nada nas agendas mobilizadoras para o turismo. Portanto, há muita coisa que está por fazer. O que é que penso? O Governo esteve muito bem no início da pandemia. Agora, dá ideia que se esqueceu nos últimos tempos do motor da economia, que é o turismo. Resumindo, 2022 foi ótimo, mas 2020 e 2021 foram péssimos. Portanto, o ano de 2022 não dá para esquecer aquilo que está nos balanços das empresas. Ainda para mais quando se está a crescer, a investir e são precisos apoios nesse sentido. Neste pacote, vieram mais uma série de medidas de crédito, o que as empresas não precisam é de mais crédito e o crédito é para pagar, sobretudo com este aumento de taxas de juro que estamos a ter.

“neste ano atípico, em que o Governo está a arrecadar uma receita fiscal anómala, por causa dos aumentos de preços, é urgente que o Governo devolva à sociedade e às empresas esta receita anómala que está a ter”

E quanto à carga fiscal?

Temos de facto uma carga fiscal, quer para as famílias, quer para as empresas, muitíssimo grande e isto não pode continuar. Há muito tempo que a CTP alerta para isso. Primeira questão, neste ano atípico, em que o Governo está a arrecadar uma receita fiscal anómala, por causa dos aumentos de preços, é urgente que o Governo devolva à sociedade e às empresas esta receita anómala que está a ter. Por outro lado, devemos olhar sempre para o Estado como uma grande empresa, que tem receitas e despesas. As receitas são os impostos, as despesas são com a segurança, saúde, justiça, etc. O Estado tem que se reformar, há anos e anos que ouvimos falar da reforma do Estado e nada está feito. Ou seja, as empresas, mediante as crises, reestruturam-se, tiveram que o fazer se não fechavam.  Enquanto não se reformar, o grande choque fiscal não é possível, porque, com a atual estrutura, se o Estado baixa os impostos, as contas disparam, há um défice gigantesco.

Será possível continuar este crescimento do turismo até ao final do ano e em 2023, com tantos fatores de incerteza?

A palavra que mais vai ser ouvida na cimeira será incerteza. É possível que 2023 seja 10% pior que este ano? Sim. E 10% melhor? Também. Não temos dúvidas que há uma questão que é completamente condicionadora das outras que é a guerra na Ucrânia. Se por qualquer ato de magia, que ninguém sabe, a guerra acabar até ao final do ano, esqueça a inflação, os custos de energia, tudo, vamos ter um ano bom. Se vamos para o cenário mais pessimista: a guerra continua, o aumento das matérias primas continua, o aumento da energia, a inflação a 7,8%, a taxa de juro a subir, termos menos turistas pode ser um cenário possível.

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