Estruturar e criar produtos atrativos que levem os visitantes a percorrer todo o território e não apenas os destinos “mais maduros” são dois dos principais desafios para as Entidades Regionais em Portugal.
Em sintonia, Raul Almeida, do Centro de Portugal; Luís Pedro Martins, do Porto e Norte; Carla Salsinha, do Turismo de Lisboa; José Santos, do Alentejo; e André Gomes, do Algarve, concordaram que os grandes desafios ao funcionamento dos territórios passam por estruturar e criar produtos atrativos, que levem os visitantes a percorrer todo o território, e não apenas os destinos mais maduros turisticamente.
Estas informações foram reveladas na passada terça-feira, dia 4, durante a 10º edição do Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”, que decorreu em Torres Vedras, entre os dias 3 e 5 de junho.
Durante o debate, Raul Almeida afirmou que a região Centro é a “maior do país”, o que leva a uma “multiplicidade muito grande” de produtos turísticos. Este, segundo o responsável, é o maior desafio que a região enfrenta. “Temos, sobretudo, de fazer com que toda esta oferta seja estruturada e preparada para que se torne um produto turístico atrativo a todos os nossos visitantes”.
Por sua vez, Carla Salsinha afirmou que o grande desafio de Lisboa é levar os visitantes aos restantes municípios da região. “O nosso grande desafio é tentar perceber como é que vamos levar os turistas que chegam à cidade de Lisboa a visitar os outros municípios da região, ao mesmo tempo que os ajudamos a requalificar a sua oferta”, frisou.
Na região algarvia, André Gomes referiu a gestão da água como um “desafio atual, mas antigo”. Na questão da sazonalidade, o responsável garantiu que, em comparação com anos anteriores em que a região ficava cerca de dez meses a preparar a sua oferta para o ano seguinte, atualmente já está mais controlada, graças à “forte aposta na estruturação de produto, na diferenciação e na amplificação da oferta”.
Ainda na ocasião, José Santos disse que o Alentejo “precisa de mais turistas e de uma maior distribuição de visitantes em alguns polos, nomeadamente o litoral”. Além disso, o presidente do Turismo do Alentejo considera que a região precisa de aumentar o seu índice de internacionalização. “O Alentejo tem 33% de quota de dormidas de estrangeiros, isto significa que somos um destino ainda muito dependente do mercado nacional”.
Por último, Luís Pedro Martins referiu a questão da sustentabilidade, da digitalização e do crescimento em valor como os três principais desafios para a região Norte.
“A questão da sustentabilidade é algo essencial para cada destino turístico. Os próximos consumidores, nomeadamente a Geração Z, não irão perdoar um destino que não tenha esta questão na linha da frente. Em relação à digitalização, creio que vai ser por aqui que os próximos consumidores irão fazer tudo, desde a pesquisa até à compra. Já o crescer em valor passa pela questão da oferta, da qualificação e também pelos mercados que pretendemos atingir”, concluiu.
Para tais objetivos serem alcançados, consideraram fundamental o reforço da autonomia financeira e administrativa das regiões, com novas competências, uma vez que há demasiados procedimentos burocráticos que entravam os processos.