Sobre a experiência da felicidade, levanto uma dúvida: será um estado constante e durável ou uma perceção e sentimento momentâneo face a um tema, área da nossa vida ou assunto?
Por Susana Pinto
Estar Feliz e Ser Feliz. É este o tema em que vou focar a minha primeira crónica na TNEWS.
Quem não procura a felicidade não é deste mundo. Sobre a experiência da felicidade, levanto uma dúvida: será um estado constante e durável ou uma perceção e sentimento momentâneo face a um tema, área da nossa vida ou assunto?
A meu ver, a felicidade deixa ao nosso alcance um vasto leque de acontecimentos e vivências possíveis para se fazer presente na nossa vida. É na identificação destes fatores que podemos trabalhar em e para nós mesmos o caminho que nos pode, eventualmente, levar à felicidade.
Atualmente, mesmo em contexto laboral e no âmbito formativo ou à criação de novas funções de trabalho associadas, vemos reforçar esta perspetiva de que é possível desenvolvermos competências que permitam vivermos ou estimularmos outras pessoas a viver uma vida equilibrada e sermos felizes todos os dias, através de termos óbvios que vão desde a felicidade ao “happiness”.
Como se trabalharmos com foco na felicidade garantisse que todos serão felizes no local de trabalho e, consecutivamente, mais produtivos. Não pretendo, de forma alguma, questionar quem o faz, apenas refletir no presente, quando a felicidade é, a par da sustentabilidade, uma moda, sobre a durabilidade e, precisamente, a sustentabilidade deste pensamento.
Podemos pintar as paredes do escritório de verde e amarelo, criar salas de lazer para a equipa e ambientes que integram elementos da natureza na decoração, em nome do bem-estar e do contributo para a saúde mental, oferecer dias de férias extra, mas dificilmente vamos capacitar pessoas (líderes ou não) para que se sintam felizes, motivadas e com vontade de contribuir todos os dias proativamente para a motivação e felicidade da restante equipa. A razão? Deixo outra questão: a sua felicidade dependeria alguma vez apenas destes fatores? Pois bem, então será que todas as estratégias oferecidas atualmente garantem a felicidade corporativa constante ou que são parte de uma utopia vendida como estratégia de retenção?
Quando 1/3 das pessoas que trabalham em Portugal vive em situação de vulnerabilidade e, em Portugal, o turismo emprega indiretamente cerca de 1,11 milhões de pessoas, é imperativo começarmos a pensar como alinhar o bem-estar (e premeditadamente não escrevi felicidade) à responsabilidade social corporativa, adotando medidas ao nível da gestão humana que incluam a participação da equipa de forma transversal. Esta pode ser feita através de Diagnósticos Comportamentais que façam um levantamento que, ainda que seja detalhado, e inclua a pessoa, a pessoa em equipa e a sustentabilidade nas suas três dimensões, protege a privacidade de cada colaborador.
Com vista a criar vínculos duradouros e ambientes de trabalho harmoniosos, acolhedores e respeitadores, a solução que vislumbro, a par da equipa, é que o foco passe a estar nas Pessoas. É pensarmos e desenvolvermos soluções que promovam o bem-estar, o trabalho digno, a escuta ativa, a humanização dos processos e as respostas que integrem soluções para os seus desafios diários (profissionais e pessoais). Falamos de soluções simples, como disponibilizar apoio contabilístico, informático ou jurídico, por exemplo, através de um parceiro, investindo em termos do seu diagnóstico e desenvolvimento pessoal, saúde mental, apoio à família através da criação de parcerias com creches, centros de apoio extraescolar ou ATL, premiar através de períodos de lazer em família em unidades de alojamento do grupo ou parceiros, entre outros.
Mas também, claro, investindo no desenvolvimento pessoal da sua equipa, na capacitação de cada pessoa dentro dos temas da área comportamental, aprofundando questões fundamentais como a gestão de emoções, a empatia e o vasto leque de competências associadas a uma comunicação consciente (feedback e feedforward, gestão de conflitos, escuta ativa, entre outros).
Garantimos que, mesmo o tão almejado aumento da produtividade, será uma consequência natural deste processo.
Por Susana Garrett Pinto
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