Sexta-feira, Maio 16, 2025
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FITUR regressa à normalidade. Setor fala em confiança para 2023

Os números não enganam. A edição de 2023 da FITUR, que decorre em Madrid até ao próximo dia 22 de janeiro, apresenta um crescimento significativo da feira, igualando os números de ocupação pré-pandemia do seu ano recorde (2020) e alinhando-se com o dinamismo que o turismo nacional e internacional está a ganhar. Um total de 8.500 participantes, 131 países, 755 expositores principais e 66.900 m2 de espaço expositivo definem esta edição, que representará para Madrid receitas superiores a 400 milhões de euros.

Com 92 empresas portuguesas e as sete regiões de Turismo, Portugal também se faz representar novamente na FITUR, à entrada do pavilhão 4.

A participar na FITUR há vários anos, o presidente da Entidade Regional Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, espera que a feira permita perceber aquilo que será o comportamento do mercado espanhol. “Vamos perceber, através da FITUR, se verdadeiramente Espanha nos vai dar indicadores, e esperamos que sim, muito positivos para o ano de 2023. Os dados de 2022 são bons para o país e para o Centro de Portugal, o mercado espanhol é o nosso mercado emissor mais importante, praticamente mais de um milhão de dormidas do Centro de Portugal é feito à custa deste mercado”.

Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro

Espanha é um mercado com o qual o Centro tem “relações institucionais muito fortes”, sublinha Pedro Machado, referindo, desde logo, a cooperação transfronteiriça com Castela e Leão e a Extremadura. “Temos nos últimos anos desenvolvido algumas iniciativas conjuntas com o Alentejo e a Extremadura, e como Porto e Norte e Castela e Leão Portanto, trabalhamos a dimensão da cooperação transfronteiriça institucional que nos é importante. Segundo, o mercado espanhol é, pela contiguidade do território, pela afinidade cultural, e também por alguma proximidade linguística, um dos mercados em que estamos mais apostados. À cabeça, com o turismo de natureza muito forte, a Serra da Estrela e a nossa gastronomia”.

Contudo, em 2023, o Turismo do Centro faz uma aposta maior na promoção do Turismo Cultural, uma vez que, em 2024, Aveiro será a Capital Portuguesa da Cultura. “Vamos querer explorar essa dimensão que sabemos que é grata aos espanhóis: a cultura portuguesa associada à gastronomia e vinhos”.

No que diz respeito à cooperação transfronteiriça, Pedro Machado adianta que vão continuar a desenvolver vários projetos dentro e fora da Península Ibérica. “A nossa dimensão com a Extremadura espanhola é essencialmente em mercados de média e longa distância, é o caso do turismo religioso, e o caso da Coreia do Sul, Israel, EUA, Canadá, que são mercados em que queremos apostar”.

“Da mesma forma que os portugueses estão ávidos para voltar a sair, os espanhóis também. E a escolha óbvia dos espanhóis é Portugal. O Centro, o Norte, o Alentejo, Lisboa, são uma escolha muito óbvia dos espanhóis. Primeiro, porque o conseguem fazê-lo num curto espaço de tempo. Em segundo lugar, porque somos um país seguro e hoje sabemos o valor da segurança para quem viaja. Em terceiro lugar, porque somos um país que inspira boa perceção de saúde. Portugal com a administração da quarta dose de covid é um país seguro também no domínio da saúde. Somados estes fatores é uma escolha óbvia para os espanhóis”, conclui o responsável do Turismo do Centro.

Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte, recorda que a FITUR tem a particularidade de ter sido a única feira que nunca chegou mesmo a fechar portas e nós também nunca deixámos de ir. “Este 2023 é um regresso à grande FITUR como nós a conhecíamos e desta vez bastante motivados pelos números de 2022. A região cresceu em todos os indicadores sendo que alguns são merecedores de destaque, ao nível dos proveitos, por exemplo, crescemos mais de 20%, cerca de 10% acima da média nacional, registámos mais 100 milhões de euros do que 2019”, sublinha. “Portanto, estamos muito animados para este 2023, neste caso em particular aqui na FITUR, é continuar a conquistar aquele que é o primeiro mercado emissor da região e que queremos que continue a ser”, acrescenta.

Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal

Luís Pedro Martins também destaca a boa relação com as regiões fronteiriças. “Temos uma relação muito forte com a Galiza, estamos a tratar de melhorar essa relação com Castela. Estamos a trabalhar na criação daquele que poderá ser o primeiro cluster de turismo de uma Euroregião, entre Porto e Norte, com o apoio da CCDR-N, e o cluster da Galiza, com apoio da Junta da Galiza. Consiste em fazer uma fusão das duas congéneres, a Associação de Turismo do Porto e Norte com o cluster da Galiza, sabendo nós que temos alguns produtos que podem ser trabalhados e vendidos em conjunto, como as rotas dos vinhos, as fortalezas, os patrimónios mundiais da UNESCO, por exemplo. Algo semelhante estamos a fazer com Castela”, avança.

“É um ano normal e uma feira normal, igual ao que sempre foi. Back in business”. É desta forma que Vítor Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, descreve esta edição da FITUR . Apesar do mercado espanhol apresentar uma quebra residual (2%) em termos de dormidas, o responsável acredita que vai ser facilmente recuperado em 2023. “O mercado espanhol é o mais importante para nós e para muitas regiões de Portugal. Anda sempre à volta de 20%, teve uma quebra de 2%. Não é significativa, penso que vamos recuperar isso facilmente agora em 2023”.

Do lado dos privados, a perceção é que a FITUR voltou aos níveis pré-pandemia. Para Miguel Cymbron, diretor de vendas & marketing do grupo VIP Hotels, “esta edição da FITUR está ao nível das melhores de sempre”. Este facto “poderá ser considerado como um bom indicador para o ano turístico que agora começa”, acrescenta. O mesmo sentimento é partilhado por outros profissionais. É o caso de Miguel Andrade, diretor geral de Operações da PHC Hotels: “É um enorme regresso a este fórum, é a primeira grande feira depois da pandemia, e já tivemos reuniões importantes com mercados como o Brasil, os mercados norte-americanos, Alemanha, Inglaterra, o que mostra que este é um fórum para todos os mercados”.

Também Pedro Ribeiro, diretor comercial dos Hotéis Dom Pedro, sublinha a afluência de vários mercados à feira: “A FITUR está com bastante participação do Trade Nacional e com excelentes contactos de mercados internacionais para além do espanhol”.

A equipa do Turim Hotels

Luís Santos, diretor comercial dos Turim Hotels, acrescenta: “As perspetivas são animadoras se levarmos em conta as estatísticas. Desde 2022, há uma tendência crescente de entrada de turistas espanhóis, pela proximidade geográfica, e os nossos hotéis estão bem implementados neste mercado também. Temos boas parcerias com o trade espanhol, tanto em termos de grupos como individuais, não só para Lisboa, mas agora também para o recém hotel do Porto muito mercado de Norte de Espanha, nomeadamente Galiza”.

Mas se há quem esteja a repetir a presença na feira, também há quem esteja a participar pela primeira vez: É o caso da The Beautique Hotels: “Estamos, pela primeira vez, numa feira e a nossa aposta justifica-se porque já vamos abrir o nosso quarto hotel (Dos Reis, em Lisboa), e julgamos que é importante estarmos representados nas grandes feiras internacionais. Viemos à FITUR e vamos estar em Berlim. O mercado espanhol é bastante importante para Lisboa, onde estão as nossas unidades”, refere o diretor geral do grupo, Alfredo Tavares.

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