França espera receber 1,2 milhões de portugueses em 2023, o mesmo número de portugueses que o país acolheu em 2019, avançou Dominique Maulin. A diretora da Atout France para Portugal e Espanha frisa que Portugal é “um dos mercados com melhor crescimento no país (…) e é um dos mais promissores”.
As estatísticas sobre as chegadas de viajantes internacionais ainda não estão fechadas, mas Dominique Maulin indicou que o país espera ter alcançado entre 70 a 75 milhões de visitantes em 2022, um número ainda inferior aos 90 milhões de turistas que recebeu em 2019. No entanto, apesar do número de visitantes internacionais ainda ser inferior ao período pré-pandemia, o país teve o mesmo volume de gastos turísticos em 2019 e 2022: 57 mil milhões de euros.
“Não tínhamos o objetivo de alcançar os gastos turísticos de 2019 em 2022, por isso estamos muito confiantes em relação a este ano”, sublinhou Dominique Maulin, durante um Workshop da Atout France na Embaixada de França em Lisboa, recordando que o mercado asiático é “muito importante para o país” e esteve estagnado nos últimos dois anos devido à covid-19. “Se fizermos o mesmo trabalho em 2023, teremos um ano excecional”.
No que diz respeito ao mercado português, o país estima ter recebido cerca de 1 milhão de portugueses no ano passado, um valor ligeiramente abaixo de 2019, quando acolheu 1.2 milhões de portugueses. Este ano, França espera igualar os resultados do ano pré-pandémico.
Em termos de gastos turísticos, os portugueses contribuíram com cerca de 150 milhões de euros no ano passado.
A responsável salienta que o país já não ambiciona receber 100 milhões de visitantes, como há 10 anos, “estamos mais concentrados no turismo sustentável e nos gastos turísticos”. Maulin frisa que o país quer ser líder no turismo sustentável e ambiciona “chegar a clientes que procurem qualidade, experiências e que têm maior poder de compra”.
O perfil dos viajantes portugueses que visitam para França são “casais, na faixa etária dos 40 anos, que viajam sem filhos, cerca de cinco dias, para desfrutar da gastronomia, do vinho e da cultura”. Dominique Maulin sublinha, ainda, que 70% são reservas diretas e 30% dos portugueses viajam através de uma agência de viagens.
A diretora da Atout France para Portugal e Espanha apresentou, ainda, alguns dos principais eventos que vão decorrer no país em 2023, nomeadamente os 400 anos do Château de Versailles; a celebração do 50º aniversário da morte de Picasso, que decorrerá durante todo o ano; a abertura de Tropicalia, a maior estufa tropical do mundo, que vai inaugurar nos Hauts de France, no final de 2023; e a Rugby World Cup, que vai realizar-se em Toulouse, de 8 de setembro a 28 de outubro, e que contará com a participação da seleção portuguesa.
Consultores de viagem especializados
A responsável destacou, ainda, a importância das agências de viagens, defendendo que o setor necessita de agentes de viagens especializados. “As viagens simples para França, como três dias em Paris, todos conseguem fazê-lo. Mas se alguém quiser ter uma experiência vitivinícola na região de Champagne, como é que se consegue isso?”
“O viajante precisa de alguém que saiba exatamente onde ficar, o que visitar, quanto tempo ficar em cada local. Como se gerem todas as experiências? Precisamos de consultores de viagem especializados. É esse o futuro”, defendeu.
A Atout France esteve em Lisboa, na quinta-feira, 9 de fevereiro, para apresentar a sua estratégia para 2023 ao setor do turismo português. A “Mediatour” em Portugal incluiu ainda um workshop que contou com a participação de algumas empresas, como a Cité du Vin, Futuroscope, Nice – Cotê d’Azur, Destination Rennes, Club Med, TAP, Air France, Transavia.