Um estudo recente da Global Business Travel Association (GBTA) prevê que os gastos mundiais da indústria de viagens de negócios deverão atingir o recorde de 1,48 biliões de dólares até ao final de 2024, impulsionados pela estabilidade económica e pela dinâmica de recuperação no período pós-pandémico.
Este trata-se de um aumento em relação aos gastos de 2019, que mantém o recorde anterior de 1,43 biliões de dólares. A GBTA antevê também um caminho robusto para o setor de viagens de negócios a nível de despesas, projetando que, até 2028, os gastos ultrapassem os dois biliões de dólares.
Com a atual estabilização da economia mundial, muitos dos principais mercados de viagens de negócios regressaram ou estão a aproximar-se dos níveis anteriores à pandemia, permitindo reforçar a dinâmica de recuperação e aumentar os gastos. Ainda assim, a GBTA projeta um equilíbrio entre potenciais fatores positivos e negativos no que respeita às perspectivas para o crescimento económico e das viagens de negócios.
“Estamos a assistir à recuperação esperada no setor, refletindo a resiliência e adaptabilidade das empresas e o valor das viagens de negócios em todo o mundo”, constata Suzanne Neufang, CEO da GBTA. “Com a expectativa de que os gastos projetados continuem a aumentar até 2028, o futuro das viagens de negócios parece promissor. No entanto, devemos permanecer vigilantes e adaptáveis a potenciais ventos contrários neste período de estabilização, uma vez que fatores como a mudança das condições económicas, os avanços tecnológicos e os desenvolvimentos de sustentabilidade também moldarão o futuro do setor”.
De acordo com o estudo, espera-se que os gastos mundiais com viagens de negócios registem um aumento de 11,1% em 2024, na sequência de um crescimento em 2022 e 2023 de 30% a 47% ano após ano. O crescimento deverá continuar a moderar-se gradualmente, com uma taxa de crescimento anual composta de 6,95% entre 2025 e 2028.
Em 2023, a recuperação da indústria das viagens de negócios foi aproximadamente na ordem dos 675 mil milhões de dólares dos 770 mil milhões de dólares perdidos em 2020. Neste sentido, o setor atingiu 93% do pico pré-pandémico de 1,43 biliões de dólares no final de 2023.

Destes 1,34 biliões de dólares gastos com viagens de negócios no ano passado, estima-se que 501 mil milhões de dólares foram para alojamento, 282 mil milhões de dólares para viagens aéreas, 245 mil milhões de dólares para alimentos e bebidas, 165 mil milhões de dólares para o transporte terrestre e 142 mil milhões de dólares para outras despesas de viagem.
A nível regional, a recuperação nas viagens de negócios não é homogénea. A região da Ásia-Pacífico registou o crescimento mais rápido em 2023 (36%), seguindo-se a Europa Ocidental (33%) e a América do Norte (25%). Os Estados Unidos, a região do Médio Oriente e África e a América Latina emergiram como os líderes desta recuperação em 2023, sendo que todos estes atingiram 100% ou mais dos números de despesas de 2019. Para 2024, o estudo prevê que a China e os EUA continuem a liderar enquanto os dois principais mercados, respetivamente.
Os gastos com viagens de negócios também variam entre setores. A expansão mais significativa até 2028 deverá sentir-se no setor das atividades financeiras e seguradoras (72%), enquanto os setores do comércio a retalho (41%) e da agricultura, silvicultura e pesca (32%) deverão registar o menor crescimento durante este período.
O último Business Travel Index Outlook, publicado pela GBTA e tornado possível pela Visa, contou com o testemunho de 4.100 viajantes de negócios, oriundos de 28 países e quatro regiões (América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico e América Latina).
