As viagens a solo de mulheres da Geração Z, os itinerários inspirados em fenómenos da cultura pop e a crescente divisão tecnológica entre grandes plataformas e pequenos operadores estão entre as principais tendências que vão redefinir as viagens de circuito. As conclusões resultam de uma nova investigação da Arival, entidade de referência mundial em inteligência sobre experiências turísticas.
Segundo o estudo, que combina mais de 40 entrevistas a operadores, distribuidores e fornecedores de tecnologia, bem como um inquérito global a centenas de empresas, metade das reservas em plataformas como a TourRadar já vêm de viajantes a solo, com destaque para mulheres Millennials e Gen Z. Os itinerários também estão a mudar: inspirados por séries como The White Lotus, os pacotes estão a encurtar de nove para sete dias, atraindo públicos de nicho com motivações narrativas e culturais.
Outro dado relevante aponta para o crescimento da procura norte-americana por experiências premium: casais dos EUA com mais de 50 anos chegam a gastar entre 4.000 e 5.000 euros em viagens temáticas na Europa, valores muito acima da média de 3.000 euros, sinalizando um forte apetite por propostas personalizadas e de luxo. Em paralelo, quase metade das reservas está a migrar para destinos emergentes e secundários, ajudando a mitigar a pressão do overtourism nos pontos turísticos mais tradicionais.
No entanto, a investigação também expõe um dos maiores desafios do setor: a desigualdade tecnológica. Enquanto 75% das reservas feitas em grandes plataformas já são confirmadas de forma instantânea, muitos pequenos operadores continuam a depender de folhas de cálculo e processos manuais, incapazes de competir num mercado que exige integrações em tempo real. “Gen Z está a reescrever as regras do jogo”, afirmou Douglas Quinby, CEO da Arival. “Dos viajantes a solo aos itinerários influenciados por séries, estas mudanças estão a redefinir como os circuitos multi-day são concebidos, promovidos e vendidos.”
Quinby acrescenta: “Os operadores que ainda dependem de folhas de Excel são os primeiros a sentir fricção, à medida que os canais de distribuição exigem APIs e reservas imediatas. Fechar essa lacuna tecnológica é crítico para o crescimento.”