Terça-feira, Setembro 30, 2025
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José Santos pede coerência ao Estado nas decisões para o Turismo

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O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, alertou esta segunda-feira, em Tróia, na abertura da conferência do Dia Mundial do Turismo, que “o Estado não pode, às segundas, quartas e sextas, incentivar e apoiar, às vezes financeiramente, determinados projetos e localizações de projetos turísticos e, às terças e quintas, licenciar e colocar ao lado outros projetos que pouco ou nada acrescentam à base económica local e que vão comprometer a viabilidade desses projetos de turismo”.

José Santos destacou que a qualificação do território e a integridade da paisagem são hoje uma das maiores preocupações para o futuro do turismo no Alentejo. “A paisagem turística, a nossa paisagem rural, continua a ser um grande atributo da promoção externa do Alentejo nos mercados internacionais. É preciso, pois, sermos muito atentos, e eu peço às agências do Governo, uma grande ponderação, um grande equilíbrio, quando decidirem sobre projetos de megacentros fotovoltaicos (…) ou projetos relacionados com culturas intensivas, não autóctones, como alguns exemplos aqui no litoral, que podem comprometer a viabilidade e a competitividade do ambiente do turismo”, afirmou.

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo deixou assim um apelo direto ao Executivo para que exista coerência nas decisões de planeamento e licenciamento, de modo a proteger o valor do turismo enquanto motor de desenvolvimento económico e social.

José Santos sublinhou que “o Alentejo é, de facto, um destino em crescimento. Nós, nos últimos 10 anos, fomos a região que mais cresceu em termos de taxa de crescimento média anual, no lado da oferta, crescemos 5,2% e no lado da procura 7,8%. Um crescimento sempre acima da média nacional. Isso permitiu-nos, obviamente, aumentar o preço, aumentar a taxa de ocupação. Nos últimos 12 meses, o Alentejo tem o terceiro rendimento médio do quarto mais elevado do país, incluindo as ilhas, isso é sinónimo, de facto, de um reconhecimento do Alentejo como um destino de qualidade.”

O presidente destacou ainda o contributo da região para a marca Portugal: “Aliás, eu costumo dizer que o Alentejo empresta e confere à marca de Portugal três grandes atributos, o atributo da qualidade, o atributo da genuidade e o atributo da exclusividade.”

Apesar de representar apenas “6,2% da oferta turística em número camas”, o responsável frisou que isso mostra o potencial de crescimento, lembrando que a região já atrai “os principais players nacionais” e também grupos internacionais, mas com a satisfação adicional de ver “pequenos grupos de hotelaria independente (…) a vir para o Alentejo.”

Sobre as acessibilidades, o presidente da região de turismo insistiu na necessidade de avançar com a eletrificação da linha férrea Casa Branca–Beja, a ligação Sines–Caia e também melhores ligações de Portalegre a Lisboa: “É fundamental os agentes económicos saberem com o que podem contar.”

No que diz respeito à formação, José Santos alertou que “o Alentejo também não pode ser a única região do país que só tem uma escola de hotelaria da rede do Turismo de Portugal”, lembrando que só no eixo Tróia–Melides se prevê quintuplicar as camas turísticas.

O responsável estacou igualmente a importância da Évora Capital Europeia da Cultura 2027 como projeto nacional e não apenas regional: “É importante que nos próximos dois anos, na comunicação do país, a Capital Europeia da Cultura que é a nossa, possa ter esse destaque.”

Eventos internacionais e futuro

José Santos apontou ainda a necessidade de apoio público à atração de eventos internacionais. Anunciou a realização da “Cidade Europeia do Vinho, a primeira cimeira mundial de Enoturismo Responsável na Europa, e o Campeonato do Mundo de Enduro, aqui no litoral do Alentejo, no próximo ano”, todos com financiamento do Turismo de Portugal.

Deixou também pedidos específicos: “Voltarmos a ter as Festas do Povo de Campo Maior no próximo ano (…) e finalmente deixava aqui este reto também ao Governo, ao Sr. Primeiro-Ministro, no sentido de o Governo português apresentar uma manifestação de interesse (…) para que em 2035 (…) o Alentejo Litoral possa acolher aqui a Ryder Cup.” O responsável concluiu: “Daquilo que precisar o Turismo do Alentejo, para começarmos a trabalhar neste dossier que tem que envolver obviamente o centro privado, para trazermos para aqui a Ryder Cup, estamos disponíveis para começar amanhã a trabalhar.”

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