O governo das Maldivas anunciou recentemente que cidadãos com passaporte israelita estão proibidos de entrar no país, como um ato de apoio à Palestina, apesar do pequeno número de visitantes israelitas.
“O Presidente [Mohamed] Muizzu sempre demonstrou apoio à Palestina contra as ações desumanas cometidas por Israel”, afirmou Ali Ishan, ministro do Interior, numa conferência de imprensa. As Maldivas têm uma população predominantemente muçulmana, com 98% dos habitantes professando o Islão.
Ishan explicou que o Conselho de Ministros decidiu “propor mudanças na legislação para proibir a entrada de cidadãos com passaporte israelita nas Maldivas”.
A medida foi anunciada após uma proposta semelhante feita pelo Partido Democrático das Maldivas (MDP), atualmente na oposição.
Os principais turistas das Maldivas vêm da Índia, Rússia e China, enquanto os israelitas representam apenas 0,5% dos 1,8 milhões de visitantes em 2023. No entanto, o número de turistas israelitas estava a aumentar até o início do conflito em Gaza.
Em 2018, 7.748 israelitas visitaram as Maldivas, e em 2022 esse número duplicou para mais de 15.000. No ano passado, o número caiu para pouco mais de 10.000, e nos últimos seis meses, apenas cerca de 500 israelitas visitaram o país.
As Maldivas romperam relações diplomáticas com Israel em 1974, embora entre 2012 e 2017 os dois países tenham assinado vários acordos. Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que causou mais de 36.000 mortes segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza controlado pelo Hamas, Malé tem repetidamente demonstrado solidariedade com a causa palestiniana.