Sábado, Dezembro 7, 2024
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Mundo Digital: O poder da Inteligência Artificial

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Como seres humanos, continuamos a manter alguns hábitos bastante ancestrais. Apesar do ano ser 2024, algumas atitudes continuam bastante primitivas. Ainda somos uma espécie que se motiva pela conquista, violência, pelos sentimentos e que procura a aprovação social.

Miguel Estorninho

Antigamente (bem lá atrás), essa aprovação social era feita em pequenos grupos para conseguirmos ter comida e acesso a bens essenciais para a nossa sobrevivência. Agora, com as redes sociais, essa inserção e validação são muito mais amplas e necessariamente escrutinadas.

Tanto para negócios como para indivíduos, isto causa uma procura de uma visão perfeita de nós e da nossa empresa. É aqui que as inteligências artificiais estão cada vez mais a assumir um papel de ilusionistas, alterando imagens, criando avatares digitais, copiando vozes de famosos e automatizando conteúdos. Tudo, lá está, pela procura de aprovação. Mas como fugir a isto?

Encontrar Beleza no Defeito Através do DALL-E da empresa Open AI, fundadora do Chat GPT, facilmente conseguimos obter uma imagem criada através de texto. Vamos imaginar que tenho um restaurante de bifes regionais açorianos. Se pedir ao DALL-E para criar o “bife regional perfeito”, este em meros segundos vai “pintar” uma imagem fotográfica de um bife. Aqui levanta-se uma questão: se posso ter a imagem perfeita e atraente para o meu público, por que vou contratar uma empresa de fotografia?

O princípio será sempre o mesmo e que guia a luta que vamos ter contra as AI. A capacidade de o ser humano continuar a ser honesto e (passo a redundância) humano. A empresa, como o cliente, tem que procurar imagens que sejam verdadeiras para a experiência que pretende vender/fornecer. Se é um humano a empratar, a cozinhar e a servir a refeição, transmita essa mesma visão ao seu cliente no online. Não opte pelo caminho fácil. O próprio cliente quer ter a sensação da experiência que espera ter no futuro.

Em Espanha, alguns canais de televisão já estão a usar avatares feitos por AI – para fazerem de apresentadores – e já temos também influenciadores digitais totalmente feitos por AI, com milhares de seguidores e parcerias pagas com marcas. São os consumidores que alimentam estas escolhas, mas são as empresas que optam por elas. Continue a procurar a beleza no defeito humano.

Criatividade

Por muito subjetiva que seja, a Criatividade ainda é uma coisa muito “homosapiens” e ainda não existe um algoritmo para ela. Em 2019, o mundo online ficou fascinado com a obra de Maurizio Cattelan que era, nada mais, nada menos, que uma banana com fita cola num canvas branco. Milhares de cópias foram feitas online – como memes – por marcas em todo o mundo de forma a venderem os seus produtos através desta ideia criativa do artista.

É verdade que AI conseguia replicar esta obra, mas a ideia fundamental é humana. A AI será boa para acompanhar e gerir tendências, mas quem as produz, quem define o que é ou não viral ainda somos nós, humanos. Por isso, seja criativo nos seus conteúdos, não se preocupe em ser viral, preocupe-se em ser diferente.

Humanos

Podia debruçar-me sobre muitos outros pontos, mas penso que este é um último ponto fundamental e interessante. Um modo de vencer o crescimento de plataformas como o Open AI, Estability e Runaway é continuar a trabalhar com humanos. Apesar da ideia ser básica, é fundamental.

Em vários outros artigos tenho mencionado que a geração Z e Alfa procuram conteúdos raw, puros e humanos, gostam de coisas cada vez mais simplistas, criativas e que mostrem personagens com o qual se identificam. Tiktokers, Influenciadores Digitais ou mesmo funcionários da empresa são elementos fundamentais para humanizar a sua empresa e fugir à – cada vez maior – tendência artificial.

A mudança a que estamos a assistir no mundo a nível social, moral e de trabalho não tem precedentes e cada vez mais essa mudança será notória e difícil de acompanhar. Mas a escolha continua a ser nossa, a escolha é a nossa maior ferramenta contra este crescimento, por isso é essencial continuarmos a apostar em nós, no nosso grupo, nas nossas pessoas e na nossa empresa, de modo honesto, humano e cheio de erros bonitos!

Boas reservas!

Por Miguel Estorninho

Cofundador da Agência Digital Natives e Mestre em Marketing e Comunicação.

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