Agora que estamos a chegar ao fim de 2022, quisemos saber que balanço fazem os profissionais de turismo do ano que termina. Saiba o que elegeram como o melhor e o pior de 2022 e os seus desejos para 2023.
Miguel Cymbron, diretor de vendas & marketing do grupo VIP Hotels
+ Melhor de 2022
O facto mais relevante para o turismo, em 2022, foi a estabilização da covid-19, a partir de abril 22, que criou as condições para uma retoma turística robusta e proporcionou atingir-se recordes de vendas em alguns meses de 2022.
– Pior de 2022
O pior de 2022 foi a eclosão da guerra na Ucrânia que fez disparar os custos, comprometendo a rentabilidade da atividade hoteleira.
Paralelamente, a variante ómicron, nos três primeiros meses do ano, retardou a retoma da atividade turística.
Desejo para 2023
O ano de 2023 terá um cenário perfeito se se conseguir chegar a um cessar fogo na Ucrânia e, consequentemente, controlar-se os preços da energia, que são o principal driver da inflação atual.
Luís Henriques, diretor geral da Airmet
+ Melhor de 2022
No que à distribuição diz respeito, julgo que o melhor de 2022 foi, sem dúvida, o renascer da esperança. Foi um ano que iniciou de uma forma muito lenta em termos de vendas mas que, a partir do primeiro trimestre, se desenvolveu de forma avassaladora ficando a níveis de 2019. É de realçar que este mercado por mais dificuldades que tenha consegue sempre reagir da melhor forma superando-se vezes sem conta.
– Pior de 2022
A maior dificuldade foi a inflação a que a Europa foi sujeita. Esta inflação teve impactos muito significativos na atividade turística através do aumento dos combustíveis e da subida generalizada de preços. Contra este “inimigo escondido” não conseguimos ainda lutar da melhor forma, mas esperamos que a taxa de inflação normalize e faça de 2023 um ano de sucesso.
Desejo para 2023
Desejo que o ano de 2023 seja mais um ano em que os players demonstrem que têm uma capacidade inata para se adaptarem ao contexto que os rodeia. Esperamos que a confiança dos consumidores aumente e que o peso da inflação não seja o que se teme. Não posso também deixar de desejar que todos os projetos nos quais a Airmet está envolvida se desenvolvam e sejam um sucesso. Faremos de certeza a nossa parte para que tal aconteça!
Joaquim Robalo de Almeida, Secretário Geral da ARAC-Associação Nacional dos Locadores de Veículos
+ Melhor de 2022
O ano de 2022 é um ano memorável na hstória do Turismo Português. O turismo até outubro já superava em proveitos todo o ano de 2019. De acordo com dados do INE nos primeiros dez meses do ano foram ultrapassados os valores do total registado em 2019 na área do alojamento, tendo no que respeita ao rent-a-car sido atingida a mesma meta, com a atividade da locação automóvel em regime de curta duração a registar valores record de rentabilidade, perspetivando-se também nesta atividade que 2022 seja o seu melhor ano de sempre, deste setor de grande importância na composição do produto turístico nacional, com uma faturação que se perspetiva que se cifre em cerca de 800 milhões de euros.
Não tivesse existido a falta de fornecimento de veículos automóveis por parte dos fabricantes durante todo o ano de 2022, devido à falta de componentes para a construção dos mesmos, nomeadamente semicondutores, e o quadro suprarreferido poderia ter sido ainda melhor.
Após um 2021 com avanços e recúos da atividade turística em todo o Mundo, motivados pelo surgimento de novas variantes do SARS-COV 2 – COVID 19, a vacinação no nosso país foi coroada de sucesso com uma organização e participação dos cidadãos exemplar, constituindo uma
importante alavanca para a atividade turística, onde se inclui o rent-a-car, retomar a normalidade.
2022 foi igualmente um ano de Portugal voltar a afirmar-se como destino atrativo e de grande qualidade, tendo sido eleito pela 5a vez em seis anos como o “Melhor Destino da Europa”, na edição do World Travel Awards 2023.
2022 revelou-se assim, ao contrário das previsões iniciais, um claro ano de recuperação perspetivando-se que 2023 venha na sua continuidade.
– Pior de 2022
Devemos, no entanto, destacar pela negativa no ano turístico de 2022, a continuação da incerteza sobre a construção e localização do novo aeroporto de Lisboa, tendo-se registado muitos problemas na atual estrutura aeroportuária da capital, destacando-se os atrasos, filas e incómodos sentidos pelos passageiros devido á falta de capacidade da mesma, dos serviços de controle de passaportes e recolha de bagagens.
Entendemos ser da maior urgência a construção de uma nova infraestrutura aeroportuária, devendo, no entanto, a atual ser objeto urgente de obras de melhoramento, de forma a fazer face à situação durante a construção de um novo aeroporto, pois nunca é demais relembrar que o transporte aéreo tem sido decisivo para a recuperação do turismo. Para que o turismo continue a ser o motor da economia nacional é importante dar-lhe condições e não o estrangular por via da impossibilidade de receber turistas.
Desejo para 2023
Para 2023 vamos não apresentar não um, mas dois desejos, os quais nos parecem que, se existir vontade dos governantes serão concretizáveis.
Um primeiro que constitui o desejo do fim da guerra na Ucrânia, a qual veio afetar toda a humanidade e claro está também a indústria do turismo, também conhecida como indústria da paz, pelo que ansiamos para breve (de preferência hoje), o fim do conflito que tem trazido sofrimento a todos os países, com especial destaque para a Ucrânia que tem vivido horrores desde fevereiro passado.
Como segundo desejo, apontamos a continuação do combate às alterações climáticas, as quais colocam em risco a sobrevivência da humanidade num planeta que todos amamos e queremos deixar para as gerações vindouras, salientando aqui a necessidade da colaboração de todos (governantes, empresários e cidadãos em geral) na descarbonização, digitalização e sustentabilidade com vista à diminuição dos efeitos de estufa provocados na atmosfera.
Estamos convictos de que a concretização dos apontados desejos na sua plenitude e as suas consequências a montante e a jusante serão decisivas para a construção de uma vida melhor.
António Marques Vidal, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE)
+ Melhor de 2022
A diminuição da pandemia e o retorno das viagens sem restrições no “Mundo Ocidental”.
– Pior de 2022
A Guerra na Europa, o aumento da inflação e a incapacidade de mudança do nosso Estado.
Desejo para 2023
Que a paz seja feita na guerra da Ucrânia e que sejam implementadas mudanças positivas no sector dos Congressos, Eventos e Animação Turística