A resposta a esta questão é não. Segundo um artigo do jornal norte-americano Vox, são já muitas as adaptações que a pandemia obrigou a fazer e parece que muitas delas vieram para ficar.
A verdade é que os hotéis vivem agora numa realidade mais tecnológica. Desde check-ins e check-outs com horários mais flexíveis e sem contacto a refeições em máquinas de venda automáticas, o jornal Vox apresenta as mudanças da época pré-pandemia para o presente.
Cadeias hoteleiras como a Marriott, Hyatt, citizenM e Hilton investiram fortemente nas chaves digitais, para que os hóspedes possam usar o telefone como chave do quarto de forma a evitar a ida às receções. Para quem se sinta mais confuso devido à ausência do tradicional check-in tem sempre a presença de funcionários que andam pelo hotel para ajudar os hóspedes, através dos seus iPads, ou da aplicação do hotel, onde estão disponíveis todas as informações.
Para o fundador do Public Hotel em Nova Iorque, Ian Schrager, as pessoas já não querem o tradicional check-in ou check-out, o que elas querem é chegar o mais rápido possível ao quarto e não ter que parar na receção. No entanto, o vice-presidente de operações do Mandarin Oriental Group em Washington, Nova Iorque e Boston, Van Dullemen, defende que as receções podem estar vazias, mas o lobby nunca poderá estar.
Segundo o designer de hotel, Jean-Michel Gathy, nas categorias superiores, o design dos quartos já incluí superfícies antimicrobianas, e resinas especiais que impedem que os vírus se fixem nos pisos e paredes, mas também metais de autolimpeza nas casas de banho.
O artigo refere também o exemplo das unidades hoteleiras Thompson que oferecem um quarto “inteligente” onde os hóspedes podem regular o quarto conforme a sua preferência, a partir do telemóvel ou por voz. Nas casas de banho os espelhos têm funções, como por exemplo, assistir ao noticiário enquanto lava os dentes.
Também os jantares sofreram alterações desde o buffet livre aos jantares nos quartos. O Mandarin Oriental fez uma parceria com o proprietário do restaurante Rose’s Luxury para servir refeições nos quartos.
Quanto aos pequenos-almoços, também estes foram substituídos por máquinas de venda automática, uma espécie de pegar e levar. No caso da Marriott a sua aplicação Marriott Bonvoy permite aos hóspedes reservem as refeições e depois obtê-las em quiosques. Na maior parte dos hotéis os pedidos de refeições são feitos a partir de aplicações e entregues no quarto ou na mesa do restaurante.
Parece também que os robôs vieram para ficar, não para substituir pessoas, mas para ajudar na escassez de pessoal do hotel, ou para fazer entregas noturnas.
As últimas mudanças referidas pelo artigo do jornal Vox são a substituição dos mapas em papel por mapas digitais. O hotel Indigo do grupo InterContinental utiliza um chatbot que permite aos hóspedes fazer perguntas e receber recomendações de restaurantes, bares e passeios pela cidade.
No que diz respeito ao ginásio, há muitas unidades de alojamento que estão a oferecer a possibilidade de entregar os equipamentos de fitness, tapetes de ioga e pesos nos quartos dos hóspedes, o que provavelmente vai substituir o ginásio comum. As aulas de fitness e os treinos serão transmitidos nas televisões dos quartos ao vivo.
O facto de o teletrabalho parecer ser algo que veio para ficar, fez com que os hotéis apostassem também no aumento dos “aparhotéis”, onde os empresários em viagem podem praticamente viver em quartos de hotel, ou residências a longo prazo com um espaço e ferramentas dedicadas ao escritório. O hotel Mandarin Oriental, em Washington DC, afirma que estes quartos de apart-hotel vão ser uma aposta forte e por isso a unidade hoteleira está a pensar dedicar-lhes um andar inteiro.