Os operadores hoteleiros europeus estão a assistir a um salto maciço na procura de viagens de lazer rumo à época balnear, avança a Costar. À medida que as viagens regressam, os hoteleiros estão a aperceber-se que os últimos dois anos mudaram a forma como os consumidores vêm as viagens, principalmente as de lazer.
Alexander Schneider, presidente da Nikki Beach Hotels and Resorts, disse que é importante lembrar que a procura nunca desapareceu durante a pandemia. “Eu não diria que vimos uma queda na procura”, afirma ao falar durante o painel “New Leisure” no Fórum Internacional de Investimento em Hotelaria de 2022. “Assistimos a um mergulho na acessibilidade dos locais”.
Por causa disso, os últimos dois anos mostraram ou até aumentaram a “resiliência” do viajante de lazer, particularmente nos segmentos de lifestyle e luxo, defende. “As pessoas querem ter experiências, e estão mais dispostas do que nunca a terem dificuldades para chegarem aos seus destinos”, afirma.
Grégory Lanter, chefe de desenvolvimento e construção do Club Med, disse que embora o turista possa estar disposto a esforçar-se mais para chegar a um destino, o novo tipo de viajante também quer que o hotel ou resort onde vai ser acolhido se esforce mais para o ajudar a relaxar.
Grégory Lanter afirma que o lazer pode ser definido como “aquilo que fazemos fora do nosso dia-a-dia” e que as pessoas estão “desgastadas do seu dia-a-dia devido à pandemia”. “Agora que [viajar] é possível, há mais pessoas à procura de viagens de ‘não quero fazer eu próprio’, o que dá aos hotéis tudo incluído um grande campo de ação”, defende.
Karin Sheppard, diretora administrativa da Europa da IHG Hotels & Resorts, disse que a IHG está a ver sinais de recuperação das viagens internacionais para destinos europeus, embora haja impactos contínuos de abrandamentos na China. Sheppard observou que os hotéis movidos pelo lazer continuarão a beneficiar de uma nova mentalidade dos viajantes, que estão também a tentar encaixar mais atividades de lazer no seu dia-a-dia.
“Está a acontecer, este conceito de maior flexibilidade no trabalho, que se tornou na norma muito rapidamente, oferece a oportunidade de proporcionar tanto viagens de negócios como de lazer, particularmente às gerações mais jovens”, afirma.
Gabriele Burgio, presidente e CEO da Alpitour World, defende que esta é uma boa altura para estar numa “empresa de viagens verticalmente integrada como a Alpitour World”, porque proporciona conhecimentos adicionais aos viajantes, cujos comportamentos parecem estar a mudar quase constantemente.
Ramón Aragonés Marín, CEO do NH Hotel Group, disse que os programas de fidelidade são também fundamentais num momento em que o lazer representa o fluxo de procura dominante. “Não há melhor ferramenta do que os programas de fidelização” para converter as vendas, defende.
Aragonés Marín refere que o lado bom da pandemia tem sido a oportunidade de “carregar no botão de reset nas operações da indústria hoteleira. “Agora sabemos que temos de construir uma nova estrutura, porque é impossível com o modelo anterior”, afirma. “Agora [os proprietários] estão prontos para tentar encontrar um modelo sustentável”.