“O turismo de qualidade, sustentável e de experiências associado ao nosso ADN está a viver um auge como resultado da pandemia”, afirma Pedro Saura, presidente dos Paradores de Turismo de Espanha, durante a apresentação para o setor turístico português das Cidades Património da Humanidade e dos Paradores de Espanha, que decorreu no dia 10 de maio na Embaixada de Espanha em Lisboa.
Os Paradores são uma rede de hotéis distribuídos por toda a Espanha, localizados em edifícios emblemáticos ou locais de destaque que foram selecionados pelo seu interesse histórico, artístico ou cultural. É uma empresa pública, criada em 1991 e cujo único acionista é o Estado Espanhol.
Pedro Saura começa por explicar, no inicio da apresentação, o que representa, para si, o turismo de qualidade. “O turismo é muito mais do que economia, são sonhos, experiências e sentimentos. O que nós representamos é um turismo que aposta sobretudo na qualidade, um turismo sustido e diferente, com valor acrescentado”. O presidente salienta que falar de paradores é muito mais do que falar de turismo tradicional, “são experiências, património, história e muito mais”.
“É uma empresa pública e espanhola que faz um tipo de turismo distinto, que explica Espanha, e que contribui para o desafio demográfico”, explica, defendendo que um dos objetivos da empresa é que “os benefícios do turismo cheguem a todo o conjunto da sociedade espanhola e não apenas a uma parte.”
O presidente dos Paradores de Espanha refere que os hotéis que pertencem à rede estão comprometidos com o capital natural – histórico, cultural e meio ambiental – como parte da proposta de valor e experiência do cliente.
“Estamos comprometidos com a qualidade natural, histórica, cultural e ambiental, de tal forma que 70% dos paradores estão em localidades com menos de 35 000 habitantes”, afirma Pedro Saura, acrescentando que 60% da rede está localizada em espaços próximos a parques naturais ou no interior de um espaço natural.
45 edifícios da rede são bens de interesse cultural, monumentos ou conjuntos históricos, quase 50% da rede. No total, a rede tem 98 paradores: 45 inseridos em zonas monumentais e históricas, 29 paradores na costa e natureza e 24 em locais urbanos.
Recuperação pós-pandemia
Em declarações ao TNews, Pedro Saura afirma que a rede não aumentou a oferta no último ano, porém investiram “na rede hoteleira existente, para oferecer qualidade aos clientes”. Com esse objetivo em mente, a rede reabilitou, em profundidade, os paradores de León, Aigua Blava e Muxía.
“Estamos a ter uma recuperação muito sólida, de tal maneira que no primeiro quadrimestre deste ano superámos os níveis do primeiro quadrimestre de 2019”, afirma Saura, que explica estes resultados com dois elementos fundamentais: “depois da pandemia, o cliente quer estabelecimentos que respeitem e cuidem do que está em redor, e que sejam seguros do ponto de vista sanitário”.
“As condições dos paradores corresponderam excelentemente às necessidades dos clientes”, sublinha, explicando que ao longo dos seus mais de 90 anos de história, a rede sempre se caraterizou pela sua orientação para a satisfação do cliente. Isto torna-se patente no seu lema “Amabilidade, qualidade e lenda”.
A Paradores trabalha para potenciar as experiências que o cliente pode ter durante a sua estadia nos estabelecimentos, “através do desenvolvimento de uma oferta turística diferenciada”.
Portugueses na rede Paradores
60% dos clientes dos Paradores são espanhóis e 40% são originários de todas as partes do mundo.
Os paradores mais frequentados pelos portugueses são aqueles que se encontram perto da fronteira. “Queremos que os portugueses disfrutem dessa experiência, em toda a rede, por toda a península”, refere o presidente, mencionando também que “há uma margem grande e importante para visitas dos portugueses em Espanha, na rede dos paradores”.
“O que queremos é que os portugueses nos visitem e sobretudo que entendam que somos diferentes. Quando visitam os paradores têm uma experiência distinta, mas também estão a ajudar ao crescimento de território com menor população, que contribui para o desafio demográfico e para repartir os frutos do turismo, em lugares que não são massificados nem congestionados”, sublinha Pedro Saura que defende que existe “um valor social na visita do turista”.
A marca Paradores gere um estabelecimento hoteleiro no Centro de Portugal, a Casa da Ínsua. O presidente da rede de hotéis afirma estar feliz com a evolução deste estabelecimento hoteleiro, “que reúne os standards de qualidade da rede Paradores”. Porém, ainda não existem planos de expansão em Portugal no futuro. Neste momento, “o objetivo da empresa é investir nos estabelecimentos existentes, para dar uma maior qualidade aos clientes”.