A emissão de gases de efeito estufa provenientes da aviação na Europa aumentou em 16% ao longo de 2023, de acordo com estimativas divulgadas pela Mabrian. O setor da aviação foi responsável pela geração de aproximadamente 172 milhões de toneladas de CO2 na região durante o ano passado, correspondendo a 4% do total de emissões de carbono na Europa, conforme dados da União Europeia.
A análise da Mabrian apresentada durante uma sessão virtual promovida pelo Turismo da ONU e pela Comissão Europeia de Viagens (ETC) abordou o impacto da aviação na pegada de carbono e na sustentabilidade do turismo europeu em 2023. Esse estudo oferece uma análise detalhada de vários aspectos cruciais, incluindo os principais indicadores das emissões de carbono geradas por viajantes aéreos, a relação entre essas emissões e as receitas turísticas do destino, bem como a dependência dos destinos em relação aos mercados de origem e a distância até esses mercados. Além disso, examina o impacto dos voos de longo curso e fornece dados específicos sobre a contribuição da aviação para as emissões de CO2 na indústria do turismo.
Segundo os dados revelados pela Mabrian, os países que mais contribuíram para as emissões de CO2 relacionadas à aviação na Europa em 2023 foram, em ordem decrescente, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Rússia e França. Estes países representaram uma parcela significativa do total de emissões de CO2 geradas pelo turismo, independentemente da origem dos voos para esses destinos. A lista dos 10 principais países em volume de CO2 gerado é completada por Itália, Países Baixos, Suíça, Portugal e Grécia.
O Reino Unido liderou o ranking de emissões de CO2 em 2023, com 31,4 milhões de toneladas geradas, representando 18% do total de emissões. Alemanha e Espanha seguiram-se com 20 milhões de toneladas cada, correspondendo a 12% da participação total nas emissões europeias. Rússia e França ocuparam o quarto e o quinto lugar, contribuindo com 18 milhões de toneladas cada, equivalente a 10% cada uma. Itália, Holanda, Suíça, Portugal e Grécia completaram a lista.
Houve um aumento significativo nas emissões em comparação com 2022, com um aumento de 16%. Destaca-se especialmente o aumento no Reino Unido, com 24,20%, seguido pela Itália com 22,69% e pela França com 15,93%.
Para compensar essa pegada de carbono, seriam necessárias cerca de 7 mil milhões de árvores por ano na Europa, representando 11% da massa florestal total do continente, de acordo com estimativas da União Europeia e do relatório da consultoria Encon.
Carlos Cendra, sócio e Diretor de Marketing e Comunicação da Mabrian, enfatizou que o objetivo da análise não é culpar o setor da aviação, “essencial para o turismo, mas sim sensibilizar os destinos turísticos sobre a necessidade de medir o impacto ambiental dos visitantes e tomar medidas compensatórias em direção ao objetivo de neutralidade climática até 2050”. A medição, segundo ele, é “fundamental” para alcançar esses objetivos. O responsável propôs o uso de “indicadores cruzados, como a relação entre a pegada de carbono e a receita gerada pelos visitantes na economia local, para uma medição mais equilibrada do impacto”.