O Porto vai impor limites à circulação de tuk-tuks, autocarros de excursões turísticas e autocarros de dois andares no centro histórico da cidade, anunciou o presidente da Câmara, Rui Moreira. O executivo municipal vai acabar ainda com a circulação do comboio turístico em 2026.
A medida surge no âmbito de um projeto-piloto relativo à restrição da circulação de vários veículos turísticos no centro do Porto, noticia a agência Lusa. O número de ‘tuk-tuks’ – que a autarquia estima totalizar mais de cem atualmente, ainda que não tenha controlo exato sobre o tráfego destes veículos – deverá ser reduzido para mais de metade no centro histórico.
Segundo explica o adjunto do presidente André Brochado, apenas cinco empresas terão a licença para este serviço, com oito tuk-tuks cada necessariamente elétricos, o que estipula um número máximo de 40 veículos no total.
Além disto, a circulação de autocarros de circuitos turísticos de dois andares (‘hop on-hop off’) será limitada a duas empresas licenciadas, enquanto as licenças do comboio turístico, que caduca em março de 2026, não serão renovadas.
A zona de restrição abrangida pelo projeto estará circunscrita entre a Rua de Gonçalo Cristóvão e o Túnel da Ribeira, com demarcações entre a Rua dos Bragas, a Rua de Cedofeita, a Rua da Restauração e a Rua Bandeirinha, bem como a Rua da Alegria e a Rua de Fernandes Tomás.
O presidente da Câmara Municipal do Porto refere que “vai haver uma zona da cidade onde, dada a pressão existente hoje, o município, no exercício das suas competências, entende que há determinado número de veículos turísticos que não devem operar”.
Rui Moreira considera que “este é um bom momento para, antecipando o fim das obras do metro, tomar medidas de restrição”, revelando ainda que será imposta uma redução do uso do transporte individual na cidade após as obras do metro e construção das Linha Rosa (São Bento – Casa da Música) e Rubi (Santo Ovídio – Casa da Música). “Se nós não criarmos aqui algum tampão, esse espaço vazio vai ser ocupado por operação comercial turística, como já vemos hoje”, justifica.
“É um pouco incompreensível para os cidadãos que a cidade do Porto e o Estado português estejam a fazer investimentos pesados em termos da descarbonização, do transporte limpo, em termos de autocarros elétricos, metro, e ao mesmo tempo vá permitir que veículos altamente poluentes continuem a invadir a cidade do Porto”, disse o autarca independente aos jornalistas. “Sejamos claros: vamos deixar de ver os autocarros turísticos a descarregar passageiros no Campo dos Mártires da Pátria, por exemplo. Ou aqui na Avenida dos Aliados”.
Por sua vez, os autocarros de excursões turísticas poderão passar a estacionar nos parques da Alfândega, Asprela ou das Camélias, sendo que cada um terá uma rota pré-definida e regulamentada para lá chegar, de acordo com a apresentação de André Brochado na reunião do executivo municipal.
A Câmara espera dar início à implementação destas restrições no final de agosto. Segundo a apresentação, será estabelecido um diálogo com os agentes do setor e implementado “um período transitório para avaliar a eficácia da medida e a necessidade de implementar medidas complementares”. Uma equipa dedicada da Polícia Municipal será ainda constituída com vista a fiscalizar a implementação da zona em questão.