Quinta-feira, Março 20, 2025
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Preço continua a afetar viagens de longo curso para Europa, revela European Travel Commission

O sentimento em relação às viagens de longo curso, a nível mundial e para a Europa, enfraqueceu em 2025, segundo o último Barómetro de Viagens de Longo Curso publicado pela European Travel Commission (ETC) e pela Eurail BV.

O barómetro revela intenções de viagem cautelosas, motivadas por precauções como a acessibilidade de preços e a alteração das preferências. Além disso, a análise destaca oportunidades para aumentar a competitividade global da Europa através de uma melhor gestão dos seus recursos turísticos. Este relatório fornece ainda informações valiosas sobre os sentimentos das viagens de longo curso em 2025, juntamente com as tendências e os planos para os primeiros quatro meses do ano.

O relatório revela que 63% dos inquiridos nos principais mercados estrangeiros (Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos) tenciona viajar para destinos longínquos este ano. Entre eles, 44% planeia visitar a Europa, realçando a sua forte posição apesar dos atuais desafios. No entanto, esta percentagem reflete um declínio em relação aos 49% de 2024, com um sentimento de enfraquecimento registado em mercados como a Coreia do Sul, os EUA, o Brasil e a Austrália.

Por outro lado, os viajantes chineses demonstram um interesse crescente, com 61% a querer visitar a Europa nos próximos 12 meses.

O preço continua a ser a barreira mais significativa às viagens internacionais, citada por 46% dos inquiridos que não planeia fazer uma viagem à Europa. Além da questão económica, os viajantes referiram o interesse em visitar outras regiões ultramarinas ou o tempo de férias limitado como fatores que influenciam os seus planos.

“As conclusões sublinham os desafios atuais de manter a competitividade da Europa como destino global num mercado cada vez mais saturado. Para continuar a ser uma escolha de topo para os viajantes internacionais, a Europa deve concentrar-se na gestão estratégica da Marca Europa. Acompanhando as tendências dos consumidores, promovendo opções de viagem mais competitivas fora da época alta e fora dos circuitos habituais e melhorando a conetividade sustentável, a Europa pode oferecer experiências de viagem mais ricas e gratificantes aos nossos visitantes”, disse Miguel Sanz, presidente da ETC.

Segurança influencia escolha de um destino

A segurança continua a ser o fator mais importante na escolha de um destino, seguida dos pontos de referência emblemáticos e das infraestruturas bem desenvolvidas. Este relatório explora, pela primeira vez, as perceções de segurança dos viajantes. De acordo com os viajantes de longo curso, os principais fatores que tornam um destino seguro são as baixas taxas de criminalidade, os estabelecimentos turísticos limpos e bem conservados, a segurança visível, a estabilidade política e a simpatia dos habitantes locais.

Os viajantes de cada mercado tendem a definir a segurança de forma diferente. Enquanto a estabilidade política é vista como primordial pelos viajantes de mercados como o Japão (57%), a Austrália (44%) e o Canadá (42%), a segurança visível é mais valorizada na Coreia do Sul (55%), no Brasil (51%) e na China (42%).

Navegar em locais com muita gente

As atrações emblemáticas da Europa continuam a ser um dos principais atrativos para os viajantes internacionais em 2025, levando frequentemente à sobrelotação, especialmente durante as épocas altas. Os resultados do inquérito indicam que os viajantes de longo curso permanecem flexíveis em tais situações – cerca de um terço ajustaria os seus planos para visitar estas atrações em alturas mais calmas, 28% prosseguiria apesar das longas filas de espera, 25% exploraria áreas menos concorridas dentro do destino e apenas 5% consideraria mudar completamente de destino. Estes dados realçam a necessidade de uma melhor gestão dos fluxos de viagem em toda a Europa para descongestionar o tráfego e, ao mesmo tempo, promover economicamente destinos alternativos.

Viagens para vários destinos ganham impulso

Apesar dos desafios de acessibilidade, os viajantes estão a mostrar uma preferência crescente por viagens com vários destinos. O relatório mostra que 94% dos inquiridos que planeia visitar a Europa nos primeiros quatro meses de 2025 tenciona explorar mais do que um país. Em média, os viajantes de longo curso pretendem visitar 3,4 países, sendo que os viajantes sul-coreanos lideram a tendência, pretendendo visitar uma média de 5,2 países por viagem. Esta tendência está a crescer em todos os principais mercados, especialmente entre os viajantes australianos, que registaram um aumento de 15% a partir de 2024. A mudança realça o atrativo da conetividade da Europa e a necessidade de garantir opções de transporte mais contínuas e sustentáveis para os viajantes.

Evolução das prioridades orçamentais e de experiência

O relatório também destaca a mudança nos hábitos de consumo. Nos primeiros quatro meses de 2025, 42% dos inquiridos planeia gastar entre 100 a 200 euros por dia, o que revela um aumento de 14% em comparação com o mesmo período do ano passado. No entanto, a percentagem de viajantes que planeia gastar mais de 200 euros por dia diminuiu para 30%, o que reflete um declínio de 13%.

A alimentação e bebidas estão a emergir como a principal categoria de despesas para a maioria dos viajantes (67%). Contudo, as prioridades dos mercados variam: para os viajantes chineses as compras lideram o seu orçamento (67%), enquanto para os viajantes norte-americanos o alojamento ocupa o segundo lugar (55%), significativamente mais elevado do que noutros mercados (24%). Este facto realça a diversidade de preferências de gastos nos principais mercados.

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