Não é apenas em Portugal que se estão a verificar problemas no recrutamento de pessoal para trabalhar na indústria hoteleira e em outras vertentes do turismo. Em França, o chairman e CEO do Grupo Accor, Sebastien Bazin, alertou recentemente: “A indústria hoteleira francesa está de joelhos” por não conseguir contratar recursos humanos para o setor.
Para o empresário francês, a hotelaria francesa não pode se dar ao luxo de aumentar os salários e está a ter problemas para recrutar pessoal suficiente para lidar com a recuperação do turismo à medida que os turistas começam a regressar ao principal destino turístico da Europa.
O líder do sexto maior grupo hoteleiro do mundo destacou, recentemente numa entrevista num meio de comunicação social francês, que só em França a Accor está a recrutar para 2000 postos de trabalho nas suas unidades. Contudo, o setor hoteleiro depara-se com a dificuldade na contratação e em atrair funcionários que abandonaram o turismo. “Durante o confinamento estes pensaram nas suas prioridades, mudaram de profissão e não estão dispostos a regressar e lidar com a jornada de trabalho na hotelaria”.
Atrair trabalhadores com salários mais altos é visto como parte do problema e não da solução pelo CEO da Accor, porque “Se tiver de pagar mais, isso será suficiente? Não. Sou capaz de fazer isso? Não. Esse é o problema.”
Sebastien Bazin exortou o governo francês a reduzir os encargos sociais sobre as novas contratações para ajudar o setor a regressar em pleno à atividade.
O empresário também destacou que a indústria precisa de olhar para o que pode alterar para tornar os seus empregos mais atrativos, especialmente em termos de horários de trabalho inconvenientes.
O grupo Accor emprega 260.000 pessoas em 110 países, dos quais Portugal, em 5.200 hotéis.