A procura global por viagens aéreas registou uma subida de 3,3% em março, face ao mês homólogo de 2024, de acordo com dados divulgados pela IATA. A capacidade total, medida em lugares-quilómetros disponíveis (ASK), cresceu 5,3%, enquanto a ocupação caiu para 80,7% (-1,6 ppt).
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou na passada quarta-feira, dia 30 de abril, os dados sobre a procura global de passageiros por viagens aéreas em março deste ano.
Em comunicado, Willie Walsh, diretor-geral da IATA, destaca que “ainda existe muita especulação sobre os potenciais impactos das tarifas e outros obstáculos económicos nas viagens”.
Ainda que “a pequena queda da procura na América do Norte necessite de ser observada com atenção”, Willie Walsh sublinha que os números de março “continuaram a mostrar um padrão global de crescimento para as viagens aéreas”.
“Isto significa que os desafios associados ao alojamento de mais pessoas que necessitam de viajar — especificamente, aliviar os problemas na cadeia de abastecimento e garantir capacidade suficiente de gestão dos aeroportos e do tráfego aéreo — continuam a ser urgentes”, acrescentou.
Procura de passageiros internacionais cresceu quase 5%
De acordo com a IATA, a procura internacional desacelerou para 4,9% em março, em termos homólogos, em comparação com os 5,9% reportados em fevereiro e os 12,5% reportados em janeiro. A associação considera que “esta desaceleração desde janeiro reflete em grande parte a normalização final das comparações da procura ano após ano pós-COVID”. Já a capacidade subiu 7% face a março de 2024.
No mês em análise, a ocupação caiu em todas as regiões, com um declínio geral de 1,7 ppt. No total, o load factor situou-se nos 79,9%. A Ásia-Pacífico teve o melhor desempenho entre as regiões, com um crescimento de 9,9%. Já as companhias aéreas do Médio Oriente e dos Estados Unidos tiveram uma queda na procura em relação ao ano anterior.
As companhias aéreas da Ásia-Pacífico atingiram um aumento de 9,9% na procura face a 2024. A capacidade aumentou 11,6% em termos homólogos e a ocupação foi de 84,1% (-1,3 ppt em relação a março de 2024).
Quanto às transportadoras europeias, registou-se uma subida de 4,9% na procura em relação ao ano anterior, com a capacidade a aumentar 6,9% em termos homólogos. Já a fixou-se nos 78,2% (-1,5 ppt).
As do Médio Oriente tiveram uma queda de 1,0% na procura em relação ao ano anterior, um declínio que está “provavelmente relacionado com o período do Ramadão, que afeta os padrões de viagem”, segundo a IATA. A capacidade subiu 2,8% face ao mesmo mês do ano passado e a ocupação foi de 74,6% (-2,9 ppt)
As companhias aéreas norte-americanas obtiveram um ligeiro decréscimo de 0,1% na procura face ao ano anterior, enquanto a capacidade aumentou 2% e a ocupação foi de 83% (-1,8 ppt). “Embora a procura tenha tido o segundo mês consecutivo de contração anual, é importante notar que isto representa uma melhoria em relação ao declínio de -1,5% reportado em fevereiro”, sublinha a IATA.
As transportadoras latino-americanas registaram um aumento de 7,7% na procura em relação ao ano anterior. A capacidade aumentou 12,1% e a ocupação situou-se nos 80,9% (-3,3 ppt face a março de 2024).
Por fim, as companhias aéreas africanas obtiveram um crescimento de 3,3% na procura face a 2024, com a capacidade a aumentar 3,5% em termos homólogos. A ocupação foi de 70,1% (-0,2 ppt).
Relativamente às viagens aéreas domésticas, os dados da IATA apontam para um aumento marginal de 0,9%, sendo “pressionadas pelas quebras nos mercados dos EUA e da Austrália”. O Brasil e a Índia registaram o crescimento mais significativo, com 8,9% e 11%, respetivamente. Já a Austrália (-1,2%) e os EUA (-1,7%) registaram quedas. A ocupação diminuiu -1,3 ppt, enquanto a capacidade doméstica subiu 2,5%.
