Rita Marques afirmou que enquanto não for tomada uma decisão relativamente ao novo aeroporto de Lisboa, o setor “não pode desistir”. A secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços sublinhou, durante a VI Cimeira do Turismo Português, que está a decorrer esta terça-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, que o aeroporto de Lisboa representa apenas 50% do tráfego aéreo nacional, relembrando que o país tem outros aeroportos que podem criar novos fluxos turísticos e desenvolver a coesão territorial.
“O aeroporto de lisboa é seguramente importante para o turismo e aí estamos sintónicos, devidamente articulados nessa grande ambição e reivindicação que o setor turismo vem, já há uns largos anos, apresentando”, afirmou a secretária de Estado.
Porém, Rita Marques destacou que o aeroporto Lisboa representa apenas 50% do tráfego aéreo nacional e relembrou que o país tem vários aeroportos nacionais, no Porto, em Faro e nas regiões autónomas. “Temos outros 50% que trabalhar, que angariar e temos aqui um potencial extraordinário e é verdade que temos de aguardar pela decisão relativamente à nova localização do aeroporto, mas o setor do turismo, até essa decisão chegar, não pode desistir”.
“Façamos todos um esforço para que os outros 50% [do tráfego aéreo], esses que dependem de nós, possam ser angariadores de mais turistas, melhores turistas”, acrescentou a governante, reforçando que esta percentagem do tráfego aéreo pode contribuir para criar novos fluxos turísticos e desenvolver a coesão territorial.
“A angariação de rotas é um trabalho continuado que temos vindo a desenvolver”, destacou Rita Marques, assinalando que o país vive um momento de retoma aérea acelerada, aproximando-se dos valores de 2019. “É por isso que dizemos com muito orgulho que hoje estamos a 10% das métricas no que à conectividade aérea e no que aos passageiros desembarcados dizem respeito”, informou.
Falta de Recursos Humanos
A escassez de mão-de-obra no setor foi outro dos temas abordados por Rita Marques. A secretária de Estado apontou uma necessidade de “suprir o capital humano que nesta altura ascende a cerca de 45 a 50 mil trabalhadores”, lembrando que o setor tem a responsabilidade de “acolher bem” os trabalhadores que se pretende angariar com os acordos de mobilidade no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Rita Marques sublinhou, ainda, que para solucionar este obstáculo para o setor as condições remuneratórias têm de ser revistas. “É bem verdade que o setor do turismo paga menos bem quando comparado com outros setores de atividade, é bem verdade que muitas vezes as empresas não tenham condições para pagar mais, tendo em conta que viveram tempos muito difíceis durante a pandemia, e grande parte dos seus balanços contabilísticos estão ainda prejudicados e fragilizados”, notou, destacando, contudo, que o setor o turismo tem feito um esforço, principalmente num passado recente, para pagar mais aos colaboradores.
“Este novo mundo será incerto, mas quero dar-vos nota que temos uma certeza, é um setor que foi altamente fustigado por uma pandemia e muito poucos acreditaram que seria possível que [o setor] ressurgir-se, que pudesse ser novamente uma máquina importante da nossa economia”, realçou, solicitando que as questões associadas à sustentabilidade e à inovação sejam “abraçadas pelo setor”.