Sábado, Maio 24, 2025
Sábado, Maio 24, 2025

SIGA-NOS:

Se tivesse o poder absoluto sobre o país por uma hora, que decisão tomaria para o setor do turismo? Por Fernando Assis Coelho

Para assinalar o 4º aniversário do TNEWS, lançamos uma rubrica especial que reúne vozes do setor do turismo. Convidamos personalidades a refletirem sobre o futuro do turismo em Portugal, respondendo à seguinte questão: “Se tivesse poder sobre o país por uma hora, qual seria a decisão que tomaria para o setor do turismo?”

Por Fernando Assis Coelho, diretor de Área para Portugal e algumas unidades de Madrid do grupo Hotelatelier

Depois de tantas boas propostas partilhadas por colegas, fica difícil ter algo a acrescentar. Ainda assim, acredito que é precisamente por isso que devemos reforçar a importância de nós, profissionais do turismo — aqueles que o vivem diariamente e o dinamizam nos territórios — estarmos mais presentes nos processos de decisão e nas políticas públicas para o setor.

Se tivesse o poder absoluto por uma hora, introduziria no sistema educativo uma nova disciplina opcional chamada “Património, Hospitalidade e Turismo”, integrada no ensino básico e secundário.

O objetivo seria despertar o orgulho no território, nas tradições e na cultura portuguesa, ao mesmo tempo que se prepara o futuro talento para o setor do turismo, um dos principais motores da economia nacional.

A disciplina combinaria conteúdos teóricos e práticos: os alunos estudariam o património local, a diversidade cultural portuguesa, noções de hospitalidade, sustentabilidade e empreendedorismo turístico. Participariam em visitas de estudo, criariam roteiros turísticos das suas comunidades e desenvolveriam projetos com impacto real no território.

Importa lembrar que o turismo é também um potente veículo de construção da marca Portugal. Cada visitante que passa por cá é um embaixador do país, e cada experiência positiva gera confiança nos produtos, serviços e talentos portuguesesFortalecer o turismo é alavancar toda a economia, desde o vinho ao calçado, da gastronomia ao design, da inovação tecnológica ao artesanato.

Acredito que o futuro do turismo em Portugal passa por valorizar, formar e consciencializar as novas gerações — para que compreendam desde cedo o valor do que temos, saibam acolher com autenticidade e se sintam parte ativa na preservação e promoção do nosso património e identidade coletiva.

Nota de editor

Também queremos ouvir a sua voz! Envie sugestões e ideias sobre o futuro do turismo em Portugal para cmonteiro@tnews.pt e faça parte deste debate crucial para a transformação da nossa indústria.

5 COMENTÁRIOS

  1. Estou de acordo com a análise exposta por cmonteiro, na verdade enquanto os políticos se degladiam com banalidades perdidas nem uma ideia sobre o mundo de turistas que nos visitam. Ontem mesmo um visitante da nossa unidade turística português de 32 anos, engenheiro de sistemas informático, com família de finlandeses me comentava porque vai continuar a trabalhar para Inglaterra onde já vive a 3 anos com sua namorada Finlandesa, simples, em Portugal os jovens são corridos com impostos altíssimos sem retorno para a sua qualidade de vida.
    É triste vermos o “nosso”país a alimentar uma máquina de parasitas na administração pública que só serve para “consumir o fruto do nosso trabalho” não dando qualquer folga para que o país respire, fixando milhares de jovens com capacidades de criação e inovação incríveis.

    • O grande problema de Portugal não são os impostos, mas a remuneração dos salários, muito baixo para os padrões europeus, que embora facilite o lucro do empresariado, não favorecer o consumo, nem o sistema produtivo do país, provocando uma quase recessão.
      A crítica aos impostos, já é mais uma bandeira política do neoliberalismo, que você parece replicar, com sua abordagem fora de contexto sobre turismo, para fragilizar o estado, do quê realmente uma abordagem crítica ao turismo.
      Impostos mais caro se pagar na Finlândia e nos países baixos, na própria Inglaterra, Alemanha e Suécia do que em Portugal.
      Os impostos fortalece a ação do estado que nos entrega cidades, transportes, educação, saúde e segurança pública, e investimentos estratégicos que a iniciativa privada, mais se apropria com limitações, que investe para colher resultados.
      Sem mais,

  2. Eu que sou brasileiro, graduado em turismo pela universidade federal da Paraíba-UFPB, posso dizer, como um bom observador que Portugal não aproveita melhor a demanda turística que desperta com o seu atrativo natural – o sol no hemisfério norte, na Europa!
    Os europeus de diversas nacionalidade encontra em Portugal o que não encontra em seu país com tanta abundância – sol, calor e diversidade e calor humano.
    Portugal chega a inibir as manifestações espontânea da população de entretenimento, punindo, como no caso em Belém, na praça da Torre, onde as livres manifestações da cultura portuguesa tanto artísticas, quanto culinárias, turismo de A&B, são retiradas porque o estado quer cobrar autorização e impostos dos artistas.
    Outro aspecto importante é turismo de eventos, esse sem dúvida é uma lacuna perdida, inadmissível, para um país com tanto potencial.
    Precisa tornar a vida do turista mais acessível em transportes, deslocamentos na cidade, poderia oferecer o cartão do turista, que lhes permitiria andar como o cartão de €40,00, pela cidade e o interior do país.
    O turismo de alimentos e bebidas é algo que precisa estar disponível em todos os finais de semana e feriados, principalmente nas cidades de Lisboa e Porto.
    Fazer um estudo de ofertas de atrativos naturais e eventos e no atendimento com o turismo receptivo é importante para maximizar o potencial de exploração desse turismo.

    Diogenes J Melo
    ADMINISTRADOR E TURISMÓLOGO

DEIXE A SUA OPINIÃO

Por favor insira o seu comentário!
Por favor, insira o seu nome aqui

-PUB-spot_img
-PUB-spot_img