O Sindicato da Hotelaria da Madeira reivindicou esta quarta-feira, dia 25, um aumento salarial de 75 euros para todos os trabalhadores do setor, numa concentração de dirigentes e delegados sindicais realizada junto à sede da Presidência do Governo Regional, no Funchal.
“A Madeira ganhou este ano pela décima vez consecutiva o prémio de melhor destino insular do mundo [World Travel Award] e deveria ser caso para os trabalhadores terem o melhor salário do mundo. Pelo contrário, têm dos piores salários do mundo”, alertou o presidente do sindicato, Adolfo Freitas, citado pela agência Lusa.
O responsável rejeita a proposta da Mesa da Hotelaria da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF-CCIM), que aponta um aumento salarial de 5,5% para 2025, valor acima da taxa de inflação prevista, garantindo um acréscimo mínimo de 53 euros.
“Não vamos assinar esse acordo”, sublinhou Adolfo Freitas, indicando que o sindicato poderá avançar com greves na Páscoa e na Festa da Flor – dois períodos altos ao nível do turismo na Madeira.
De acordo com o sindicalista, o aumento proposto pelo patronato – 53 euros – significa que uma grande maioria dos trabalhadores passará a receber o salário mínimo regional, estipulado em 915 euros a partir de 1 janeiro. Este não teria qualquer impacto para cerca de 3.000 trabalhadores, que auferiam o salário mínimo em vigor em 2024 (862 euros), segundo Adolfo Freitas.
A concentração junto à sede da Presidência do Governo Regional reuniu cerca de 40 dirigentes e delegados sindicais. No âmbito deste protesto, foram entregues ao executivo as propostas do sindicato de acordo coletivo de trabalho e a tabela salarial, bem como um ofício solicitando a sua intervenção no processo.
“O que defendemos é 75 euros para cada trabalhador independentemente do grupo”, sublinhou Adolfo Freitas, explicando que o setor da hotelaria é composto por quatro grupos profissionais e 15 níveis de remuneração.
“Se o governo nada fizer, nós, a partir da semana a seguir ao Carnaval, vamos estar na grande maioria dos hotéis a fazer plenários de trabalhadores”, acrescentou.