A SkyExpert, empresa de consultoria especializada em aviação e aeroportos, enviou uma carta aberta às entidades europeias responsáveis pela segurança aérea, destacando a necessidade urgente de medidas que protejam os cidadãos que viajam de e para a Europa. A carta sublinha os riscos crescentes para a aviação comercial, especialmente em tempos de conflitos e tensões geopolíticas, e pede a criação de regulamentações mais rigorosas para garantir a segurança dos passageiros. A carta foi endereçada ao Conselho Europeu, Parlamento Europeu, Comissão Europeia, EASA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação), IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e à ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil).
O alerta surge no contexto de acidentes fatais com voos comerciais “provocados por manobras militares”, como o Malaysia Airlines MH17 (2014) e o voo da Ukraine International Airlines (2020), além do recente incidente com a Azerbaijan Airlines. A SkyExpert enfatiza que, apesar de as companhias aéreas da União Europeia estarem proibidas de sobrevoar o espaço aéreo russo, companhias de outros países, como China e Índia, continuam a operar essas rotas, colocando vidas europeias em risco.
Propostas para melhorar a segurança aérea
Na carta, a SkyExpert faz três propostas fundamentais para aumentar a segurança dos passageiros e garantir maior transparência:
1. Informação Transparente aos Passageiros: A empresa solicita que as companhias aéreas sejam obrigadas a informar, no momento da compra, se os voos sobrevoam espaços aéreos de risco, especialmente em zonas de conflito. Os passageiros devem ser alertados sobre os riscos de ataques militares e a impossibilidade de distinção entre alvos civis e militares em áreas de guerra.
2. Regras de Segurança Harmonizadas:
Proibição de Aterragem: A SkyExpert sugere que a União Europeia proíba a aterragem de aviões comerciais que tenham sobrevoado o espaço aéreo russo, mesmo que esses aviões sejam de companhias não europeias.
Aviso Obrigatório: Os bilhetes vendidos na Europa com destino à Rússia ou outros países de trânsito devem incluir informações claras sobre os riscos associados ao sobrevoo de zonas de conflito.
3. Impactos Económicos e Estratégicos: A Consultora destaca que, antes da guerra na Ucrânia, os direitos de sobrevoo geravam receitas significativas para a Rússia. A continuidade do uso do espaço aéreo russo por companhias aéreas de países terceiros, enquanto as europeias são obrigadas a procurar rotas alternativas mais longas e caras, prejudica a competitividade das empresas europeias e contraria o espírito das sanções impostas pela União Europeia.
Apelo à Ação das Entidades Europeias
A SkyExpert reforça que, dada a vulnerabilidade dos aviões civis em zonas de conflito, a capacidade de detectar e desviar-se de ameaças como mísseis “é nula”. Por isso, a consultora apela à comunidade internacional, incluindo o Conselho Europeu, o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia, a EASA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação), a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e a ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil), para que adotem estas medidas com a maior urgência possível.
A SkyExpert conclui sua carta afirmando que a proteção da vida dos passageiros “deve ser uma prioridade inquestionável”
Pedro Castro, diretor da SkyExpert, finaliza o comunicado com um apelo claro para que as autoridades ajam de forma decisiva, em nome da segurança e confiança no setor aéreo.