A SkyExpert, empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo, analisou o TOP 10 dos destinos internacionais do Reino Unido em número de voos para julho.
“O mercado britânico é um dos mais importantes para o turismo em Portugal e chegou a ser, antes da pandemia, o principal emissor em várias regiões do país; em abril, o Governo Português tomou a medida inédita de equiparar as formalidades de entrada dos britânicos às dos cidadãos da UE numa tentativa de os poupar às ineficiências do SEF; o mês de julho é considerado o primeiro mês de pico”, invoca Pedro Castro, diretor da SkyExpert, para explicar o estudo.
Em número de voos para destinos internacionais, Dublin é número 1. O lugar cimeiro era anteriormente ocupado por Amesterdão que baixa para o 2º lugar. Para Pedro Castro, “esta é uma consequência direta dos problemas e cancelamentos massivos naquele aeroporto”. Com exceção de Barcelona (7º), os restantes destinos são de puro lazer ou de segundas residências: Palma de Maiorca (3º), Málaga (4º), Alicante (5º) e Tenerife (8º) em Espanha; Dalaman (10º) e Antalya (9º) na Turquia e Faro (6º), em Portugal. Para Pedro Castro, o salto da Turquia é impressionante porque em 2019 estes aeroportos surgiam em 21º e 29º lugar, respetivamente. Antalya, por exemplo, teve um incremento de 90% no número de voos.
“Faro é o único destino português desta lista e ficam claramente identificados os destinos que mais concorrem com o Algarve. Curiosamente, não existem voos da TAP entre Faro e o Reino Unido. Se a TAP serve o turismo e se serve para ligar Portugal ao mundo, seria expetável ver a TAP algures neste tipo de ligações”, defende Pedro Castro recordando que, mesmo em 2021, com mais de metade da frota no chão e com britânicos a voarem massivamente para o Porto para a Champion’s ou para o Algarve para as primeiras férias balneares, a TAP “se desinteressou por este negócio com passagens aéreas vendidas a mais de 1000 euros por pessoa, mesmo em
companhias ditas ‘low cost’. Como é que isto não é rentável”, questiona Pedro Castro.
“Este mês de julho, o aeroporto de Faro está ligado a 27 aeroportos britânicos em voos diretos operados por sete companhias aéreas diferentes. Para usar a TAP, os passageiros têm apenas duas cidades à escolha (Londres ou Manchester) e em ambos os casos sempre com escala e mudança de avião em Lisboa. Claramente, isso não corresponde à oferta e à procura existentes”, enfatiza.
Pedro Castro termina explicando que, em 2019, aeroportos como Frankfurt e Paris Charles de Gaulle constavam deste TOP10. “As pessoas estão a privilegiar voos diretos e não querem voar para “hubs”. Voar via um “hub” é cada vez mais um peso, uma inconveniência e o mercado, em particular neste pós-pandemia, oferece alternativas mais rápidas e eficazes”, conclui o diretor.