A Travel Experts, uma rede internacional de agentes de viagens independentes, acaba de chegar a Portugal, após uma parceria estratégica com o empresário português Luís de Sousa, que detém 50% da operação no país, com o restante pertencente à sede belga. Nuno Pereira foi contratado para ser o rosto da Travel Experts em Portugal, assumindo a função de Business Development Manager, sendo responsável por garantir a expansão da rede e apoiar os novos agentes.
Ao contrário das agências de viagens tradicionais, os agentes da Travel Experts não têm contrato de trabalho, o que lhes garante total flexibilidade e autonomia. “Ao contrário de uma agência de viagens tradicional, em que o agente de viagens tem um contrato de trabalho com a agência e depois recebe um ordenado ao fim do mês, na Travel Experts, os agentes de viagens não têm contrato de trabalho, por isso são independentes, o que lhes dá total liberdade quanto ao horário, ao local de trabalho e até à marca que podem utilizar”, explica Luís de Sousa. O responsável despertou para este negócio poucos anos antes da pandemia, durante as suas viagens aos Estados Unidos. “O modelo de agentes de viagens no segmento alto nos EUA era o de agentes independentes, que trabalhavam sob uma marca, mas não eram empregados dessa empresa. Trabalhavam para si, em nome próprio, podendo ou não ter a sua própria marca. A comissão era então dividida entre eles e a agência-mãe. E, na altura, isso fez-me sentido, porque aquilo que tenho visto ao longo dos anos é que os melhores agentes, com experiência e uma carteira de clientes consolidada, preferem a liberdade de ser independentes, sem as amarras de um horário fixo ou de estar sujeitos às limitações de uma agência tradicional. Na minha opinião, os melhores agentes de viagens vão querer trabalhar como agentes independentes.”
Foi em 2016, durante uma reunião de membros da rede Virtuoso, que Luís de Sousa conheceu Mickey Creyf, que detém a Travel Experts na Bélgica. “Na altura, não fazia ideia do que era a Travel Experts na Bélgica, mas depois fui mantendo contacto com ele. Em janeiro de 2020, reuni-me com ele na Bélgica, porque queria trazer o mesmo modelo para Portugal. No entanto, em março do mesmo ano, a pandemia surgiu e o projeto ficou em stand-by. Há um ano, o Mickey veio falar comigo, pois a sua intenção era expandir a Travel Experts para a Europa, de forma a construir uma marca mais forte, que lhe permitisse melhorar as negociações com cadeias hoteleiras, operadores internacionais, e tudo o que envolve a indústria. E assim decidimos abrir a Travel Experts Portugal, uma empresa 100% portuguesa”.
Os agentes da Travel Experts podem trabalhar sob sua própria marca e escolher os nichos de mercado em que se especializam. Como explica Luís de Sousa: “Um agente que se especializa em safaris pode criar a sua própria marca, como Safaris by Pedro, e focar-se exclusivamente nesse tipo de viagem, ao mesmo tempo em que usufrui do suporte e das condições vantajosas oferecidas pela Travel Experts.”
Perfil dos Travel Experts
O perfil ideal para a Travel Experts é de agentes de viagens experientes, com uma carteira de clientes já estabelecida, que procurem flexibilidade e uma remuneração mais atraente. “Não estamos à procura de pessoas que vendem viagens para a família e amigos ou que queiram um part-time. O que procuramos são profissionais com 10, 20 ou até 30 anos de experiência no mercado e que, por alguma razão, não se sintam realizados na situação em que estão atualmente, seja por causa dos horários, do local de trabalho ou até da remuneração. Falo em remuneração porque, ao fazermos parte desta rede europeia, a tendência será crescer. O projeto é, sem dúvida, de crescimento na Europa e está também ligado à capacidade de negociação das comissões com operadores turísticos, bed banks e cadeias hoteleiras internacionais. Essas comissões mais elevadas farão com que, no final do ano, a comissão média do agente Travel Experts seja muito superior à que teria em qualquer agência tradicional. E a remuneração que o agente receberá vai depender do seu esforço, do que vender, do seu desempenho”, afirma Luís de Sousa.

Comissão e a flexibilidade como atrativos
Em termos de remuneração, os agentes ficam com 70% da comissão das vendas, enquanto a Travel Experts retém 30%. “Esta é a base, mas, dependendo do volume de negócios, a comissão do agente pode chegar até 75%. Um agente que venda 500 mil euros por ano pode gerar uma comissão de 3.500 euros por mês, o que é significativamente superior ao que um agente de uma agência tradicional conseguiria”, afirma Luís de Sousa. A Travel Experts também oferece todo o suporte administrativo, incluindo faturação, pagamentos e recebimentos, o que facilita a operação dos agentes independentes.
Nuno Pereira, responsável pela expansão em Portugal, complementa: “O que nos diferencia das agências tradicionais é a flexibilidade e o potencial de rendimento. Além disso, o facto de sermos parte da rede Virtuoso e de termos acesso a contratos europeus e comissões mais vantajosas dá-nos uma vantagem significativa.”
Uma das grandes vantagens de trabalhar com a Travel Experts é o acesso à rede Virtuoso, uma rede global de agências de viagens de luxo. Os clientes que reservam através de um agente Travel Experts têm direito a benefícios exclusivos em hotéis de luxo, como upgrades de quarto, early check-in, late check-out, créditos para gastar no hotel e pequenos-almoços incluídos.
Nuno Pereira, que lidera a Travel Experts em Portugal, tem duas missões principais: a contratação de fornecedores, sejam operadores turísticos, cadeias hoteleiras, etc., e, mais importante ainda, a angariação de agentes de viagens que queiram tornar-se Travel Experts. “Embora, neste momento, a nossa equipa seja apenas o Nuno, temos todo o suporte, tanto no que diz respeito à parte aérea como financeira, e a ideia é crescer à medida que tivermos mais agentes de viagens”, afirma Luís de Sousa.
“Darei todo o apoio aos Travel Experts. Qualquer dúvida ou questão, estarei sempre disponível”, complementa Nuno Pereira.
Processo de seleção e expansão no mercado português
O processo de recrutamento de novos agentes para a Travel Experts em Portugal é rigoroso e envolve várias etapas de triagem. Nuno Pereira explica: “O primeiro passo é o agente manifestar interesse. Depois, fazemos uma entrevista inicial, seguida de uma entrevista virtual e, finalmente, uma presencial, para garantir que a parceria é vantajosa tanto para o agente quanto para nós. O facto de serem três etapas também dá margem para uma decisão mais consciente, permitindo-nos estudar o perfil e, do outro lado, o agente perceber se é realmente isso que procura.”
Em termos de crescimento, Luís de Sousa afirma que, embora o objetivo inicial seja começar com um número reduzido de agentes até ao final do ano, a meta é expandir de forma sustentada: “Gostaria de ter cinco ou seis agentes até ao fim do ano. Mas o mais importante não é o número, mas garantir que temos os profissionais certos, com o perfil adequado para o nosso modelo de negócio.”
Expansão e infraestrutura local
A Travel Experts em Portugal já conta com um escritório de apoio em Lisboa, localizado na Av. Infante Santo, onde os agentes podem trabalhar, reunir com clientes e fornecedores, e até realizar apresentações. A empresa-mãe está também a expandir-se para outros mercados europeus, além da Bélgica, como a Suécia, Itália e, agora, Portugal. A presença na BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), com um stand, será uma das formas de promover a marca e atrair novos agentes.
Os agentes da Travel Experts terão acesso a uma série de ferramentas de trabalho, incluindo contas do Microsoft 365, sistemas de reservas e suporte completo na área de back office. Luís de Sousa acrescenta: “Mesmo os agentes que não têm muita experiência com sistemas de reservas ou GDS recebem o nosso suporte contínuo, para garantir que podem trabalhar de forma eficiente e lucrativa.”
“O suporte é em português. O Travel Expert não vai precisar ligar para a Bélgica, Suécia ou Itália, o suporte está cá, em Portugal”, complementa Nuno Pereira.
Ser um Travel Expert não tem custos iniciais, a não ser uma contribuição para o Fundo de Garantia da empresa. “Há um contrato de agente e, embora não haja taxas a pagar, há uma contribuição obrigatória de 300 euros para o nosso fundo de garantia interno. Temos um fundo de garantia comum para todos os países, e este pagamento é feito no primeiro ano”, explica Luís de Sousa.
A Travel Experts vê-se como parte de um movimento crescente de independência no setor do turismo. Luís de Sousa acredita que este modelo tem tudo para se expandir: “O crescimento das ferramentas de trabalho à distância e a procura por flexibilidade e autonomia entre os agentes de viagens fazem deste um modelo de negócio promissor. Estou convencido de que o mercado vai cada vez mais se orientar para este tipo de soluções.”