O diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa, Vítor Costa, considerou esta segunda-feira, dia 20 de dezembro, que a atual situação pandémica veio gorar as expetativas “favoráveis” que existiam no setor, defendendo que, se a situação se agravar, devem ser implementadas medidas de apoio às empresas.
Em declarações à agência Lusa a propósito das expetativas do setor para a época de Natal e Ano Novo, o diretor geral da Associação Turismo de Lisboa e presidente da Entidade Regional do Turismo da Região de Lisboa, Vítor Costa, contou que havia uma perspetiva de alguma melhoria depois de um final de verão com alguma retoma, apesar de longe dos números pré-pandemia.
“Contudo, esta última evolução da pandemia que não tem tanto a ver com as nossas medidas em Portugal, mas com a questão geral dos nossos mercados, com as restrições que estão a existir na Alemanha, Inglaterra e Holanda, nossos mercados decisivos, a situação agravou-se”, explicou.
Apesar de ainda não conseguir quantificar, Vítor Costa diz que há uma quebra relativamente à perspetiva que havia para este ano.
“Verificámos que a região de Lisboa foi a região que teve mais quebra devido à questão das ligações aéreas e de termos uma componente mais internacional. Lisboa foi a que mais sofreu. A partir de meados do verão, e não foi como no Algarve ou na Madeira, começámos a sentir uma melhoria, mas agora registámos um recuo com cancelamentos de noites em hotéis, na restauração devido a esta 5.ª vaga”, acrescentou.
De acordo com Vítor Costa, as restrições internacionais têm reflexos no alojamento e a situação interna na restauração, com cancelamentos de festas de empresas e jantares.
“A única forma de resolver o problema é ultrapassar a pandemia por todos os meios e de uma forma definitiva para que os clientes voltem. Durante um período alargado, as empresas sobreviveram em parte com as medidas tomadas ao nível do lay-off, das moratórias, de vários apoios, mas as medidas estão a chegar ao fim e impõe-se a revisão de algumas e manutenção de outras”, sublinhou.
Se a situação se prolongar, frisou Vítor Costa, “vão ter de ser encaradas outras medidas, prorrogar o lay-off e outras de apoio à tesouraria”, salientou.
Vítor Costa lembrou que as empresas já não têm reservas e as que tinham ganho podem perdê-las se a pandemia de covid-19 se agravar.
Sobre as perspetivas para 2022, o diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa considera que estarão sempre dependentes do evoluir da pandemia.
“Cada vez que a pandemia melhora verifica-se uma reação imediata de procura. Entre o verão e agora houve um ‘suplemento de alma’ com a vinda de mais clientes, que deu algum ânimo, oxigénio, às empresas. Precisamos que a pandemia fique controlada”, disse Vítor Costa.