O setor turístico está preocupado com “uma alteração da perceção de segurança” na cidade de Lisboa, segundo a presidente da Entidade Regional de Turismo, que apela a um reforço da visibilidade policial e a uma estratégia articulada entre entidades.
Em declarações à agência Lusa, Carla Salsinha contou que a mudança, sentida nos últimos meses, se refere em especial às zonas centrais e mais turísticas da capital.
“Há uma preocupação. Começa a sentir-se uma alteração da perceção na segurança por parte dos próprios turistas. […] Há outros setores da economia que não estão a saber superar as diferentes crises como o turismo tem conseguido. Junto das entidades privadas e estatais, temos construído aqui um caminho e ano após anos temos vindo a conquistar e a ultrapassar desafios, mas há duas coisas fundamentais, independentemente dos produtos e da oferta turística […]: primeiro, a nossa capacidade de acolher e a outra é sermos um país seguro”, disse.
Carla Salsinha contou que tem havido relatos de assaltos e a da presença de toxicodependentes inclusive à entrada dos hotéis, principalmente na zona da Baixa.
“Pela primeira vez nas redes sociais, que os turistas usam para dar pareceres sobre a cidade, começa a levantar-se o véu da insegurança. Claramente a zona da Baixa começa a ter alguns comentários menos positivos. O que queremos é o reforço de meios humanos e mais visibilidade policial nas ruas. Queremos sentar-nos à mesa com o Ministério da Administração Interna para discutir o assunto”, referiu.
A visibilidade policial, sublinhou, é um grande fator inibidor da criminalidade.
A representante reconheceu que “não se consegue tirar a toxicodependência da rua de um dia para o outro”, por essa resposta implicar mecanismos e de apoios a nível nacional e local, e considerou também que é necessário tornar a profissão de polícia “mais atrativa”.
Contudo, apelou a um investimento no reforço de meios humanos, para se ter “polícias na rua, a andar em patrulhas automóveis, de bicicleta, de mota — ou seja, a visibilidade da polícia, quer para os cidadãos, quer para os turistas” -, e defendeu também a videovigilância.
No dia 6 de fevereiro vai ser feita uma formação para a hotelaria com a PSP para divulgar os cuidados a ter.
“Fazemos o nosso trabalho, o nosso caminho. Podemos melhorar a situação não só para os turistas, mas para todos os que vivem na cidade. Não podemos é esperar mais sete ou oito meses. Costumo dizer que o tempo dos organismos públicos não é o tempo da sociedade, que evolui mais depressa. Por isso, apelamos à nossa ministra da Administração Interna para que nos ajude”, disse.
Carla Salsinha disse já ter pedido uma reunião à tutela, que respondeu ter o encontro a aguardar agendamento.