Todos nós crescemos e evoluímos com base nos valores, regras e normas que nos foram incutidos ao longo dos anos (atenção que há quem cresça e não evolua, melhor dizendo, existiu “um” aniversário aos 16 anos e desde então, todos os anos, voltam a fazer 16 anos!).
A nossa forma de ser e estar rege-se também pela ou através da vivência de quem, no dia-a-dia, nos “acompanha” e nos modelos que nos transmite. Existem ditados ou máximas que quando corretamente interpretadas e absorvidas fazem todo o sentido.
Das muitas máximas – ensinamentos que faço questão de seguir está sem sombra de dúvidas o “ver com os pés”* que no fundo basicamente significa isto:
Ao delegarmos uma tarefa ou ao atribuirmos responsabilidades a alguém, por mais confiança que se tenha, devemos sempre (no mínimo de uma forma aleatória ou com base em históricos) conferir se no “terreno” tal tarefa foi cumprida e a responsabilidade surtiu efeito.
Não nos podemos esquecer ou ter noção de que todos nós somos humanos. Somos pessoas. Somos seres racionais, acima de tudo emocionais e, como tal, temos “dias muito bons, bons e menos bons”. Quer isto dizer que não somos perfeitos e muitas vezes falhamos. Largamos “cabeçadas”.
As “cabeçadas” são importantes porque quer queiramos quer não, fazem parte do tal processo evolutivo e permitem identificar à posterior, perante situações semelhantes, qual a melhor forma de atuar e agir.
Costumo dizer no meu dia-a-dia que não me importo que individuo A, B ou C largue “1000 cabeçadas”. Não pode é largar “duas” no mesmo sítio. A isso eu chamo (perdoem-me os leitores pela linguagem popular) burrice ou então, na melhor das hipóteses, estamos perante um caso explícito de masoquismo.
“A primeira todos caiem…A segunda cai quem quer….e, à terceira cai quem é Burro!”
Sempre, mas sempre que estou perante um processo de recrutamento, vulgo a chamada entrevista, faço questão de mencionar, a certa altura da mesma, o ditado referido no parágrafo anterior, acrescentando o seguinte: “Todos nós somos pessoas, profissionais e adultos. Como tal não somos burros e nesse sentido aqui nesta casa não há lugar a uma terceira vez”.
Atenção que existem situações excecionais ou por “Obra do Diabo” (como disse há uns bons tempos o mais famoso dos banqueiros portugueses aquando de um dos muitos inquéritos a que respondeu perante o Ministério Público), onde obrigatoriamente temos de ter a sensibilidade necessária para reconhecer que realmente não havia nada a fazer e, nesse sentido, não podemos atribuir a falha a uma falha humana.
“Ouvir com os Olhos”* é também uma outra máxima que ao longo dos anos aprendi e coloquei em prática mas a explicação da mesma ficará para uma outra “história”, se bem que, para o indivíduo mais perspicaz, se calhar a leitura não será tão apelativa quanto esta (que na minha modesta humildade gosto de pensar que está a ser).
Termino referindo uma outra que em boa hora faço questão de partilhar (não fossem estes “tempos”, de retoma dos mercados e do nosso setor em especial, os mais indicados): “Quando o dia não chega, a noite empresta”*. É necessário, mais do que nunca, recuperarmos dinâmicas e atingirmos performances de excelência com o intuito de colmatar números menos conseguidos em 2020 e 2021.
*Estas três máximas são de um Madeirense e Calhetense.
Por Ricardo Augusto
É hotel manager do NEXT da Savoy Signature, na Madeira, Founder & CEO da REDE-T, rede de profissionais na área de turismo, hotelaria e restauração.