As viagens ao estrangeiro realizadas por residentes em Portugal atingiram um máximo histórico em 2024, crescendo 6,2% face ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este aumento contrasta com uma quebra global de 3,2% no total de viagens efetuadas, que se fixaram em 22,9 milhões.
A nível nacional, as deslocações diminuíram 4,7%, reflexo sobretudo das quebras nos dois primeiros trimestres do ano. Já o último trimestre de 2024 revelou uma recuperação, com as viagens totais a crescerem 3,1% face ao mesmo período de 2023 – sendo que as viagens para fora do país aumentaram 7,0%.
Espanha continua a liderar, mas perde peso
Entre os destinos internacionais, Espanha manteve-se como o país mais visitado pelos residentes (40,6%), seguida por França (9,5%) e Itália (6,2%), embora todos tenham registado ligeiras perdas de representatividade. No total, 71,5% das viagens ao estrangeiro foram realizadas dentro da União Europeia.
O principal motivo para viajar em 2024 foi o lazer, recreio ou férias, representando 50,9% do total (11,7 milhões de viagens), com especial destaque nas viagens internacionais, onde esta motivação teve um peso de 70,3%. Em contrapartida, as deslocações por motivos profissionais ou de negócios caíram 12,9%, o maior decréscimo entre todos os motivos.
O alojamento particular gratuito manteve-se como a principal forma de estadia (59,4% das dormidas), embora tenha perdido peso face a 2023. Já os hotéis e similares reforçaram a sua expressão, sobretudo em viagens de lazer e negócios, representando 24,6% das dormidas.
O recurso à internet na organização das viagens subiu para 28,1% do total (+2,4 p.p.), sendo mais expressivo nas viagens ao estrangeiro (69,6%). Também a marcação prévia de serviços aumentou, com destaque para as viagens internacionais, onde foi usada em 93,3% dos casos.
A região Centro voltou a ser o principal destino nacional, concentrando 29,9% das viagens internas, seguida pelo Norte (25,0%). Lisboa perdeu protagonismo, caindo de 17,3% em 2023 para 14,9%. A duração média das viagens foi de 4,07 noites, praticamente inalterada em relação ao ano anterior.
Em 2024, apenas 48,7% da população residente realizou pelo menos uma viagem turística, uma queda de 3,0 pontos percentuais em relação a 2023, o que representa menos 138,6 mil turistas residentes.