A Les Roches apresentou a sua mais recente análise sobre as principais tendências da indústria hoteleira para 2025, no qual afirma que a tecnologia será o “principal catalisador” deste setor.
Para Carlos Díez de la Lastra, CEO da Les Roches, “2025 será marcado por uma preocupação crescente com a sustentabilidade a longo prazo e a qualidade do serviço, enquanto a indústria se adapta para satisfazer as exigências de um viajante cada vez mais exigente e consciente.”
A sustentabilidade orientada para a IA torna-se a nova norma para 2025
Os viajantes estão cada vez mais a dar prioridade à sustentabilidade na escolha de destinos e experiências, favorecendo aqueles que respeitam o ambiente e promovem a responsabilidade social. De facto, 74% dos viajantes globais está empenhado em reduzir a sua pegada ambiental, sendo que 4 em cada 10 consideram o impacto ecológico quando planeiam as suas viagens, de acordo com o Energy Insight Report da Cepsa.
Neste contexto, a inteligência artificial está a emergir como uma ferramenta transformadora para os setores da hotelaria e turismo, otimizando o consumo de recursos e minimizando o desperdício. Segundo a Les Roches, através de tecnologias avançadas, os operadores turísticos e hoteleiros podem melhorar a eficiência energética e gerir recursos em tempo real, sem comprometer a qualidade e o conforto das experiências.
Escapadinhas concebidas para melhorar a qualidade de vida
Além de escolherem destinos que promovem o bem-estar ambiental, os turistas optam cada vez mais por aqueles que dão prioridade ao seu bem-estar pessoal de forma holística. De acordo com o relatório anual de tendências da Hilton, mais de metade dos viajantes estão dispostos a investir em férias especificamente concebidas para melhorar a sua qualidade de vida e prolongar a sua saúde.
A IA, combinada com dispositivos inteligentes, está a transformar a indústria do turismo de bem-estar, oferecendo programas personalizados com base em dados e preferências individuais de saúde. Em comunicado, a Les Roches refere que as estâncias e os destinos de bem-estar tirarão partido destas tecnologias para conceber experiências únicas e personalizadas, alinhadas com os desejos dos viajantes de escapar ao stress urbano e mergulhar em ambientes que promovam o equilíbrio mental e físico.
Bleisure: A fusão entre trabalho e lazer
No âmbito destas escapadelas orientadas para o bem-estar, surgiu uma tendência crescente: o bleisure, que mistura negócios e lazer. Cada vez mais profissionais, depois de cumprirem os seus compromissos de trabalho, optam por prolongar as suas estadias para desfrutar do destino de uma forma mais descontraída. Este fenómeno permite equilibrar a produtividade com o tempo de inatividade, criando uma experiência de viagem mais rica e equilibrada.
A flexibilidade do trabalho remoto facilitou esta mudança, oferecendo aos viajantes a liberdade de prolongar as suas viagens e explorar novos lugares, mantendo o desempenho profissional.
Esta mudança de paradigma não só responde à necessidade de bem-estar pessoal, como também incentiva uma forma de turismo mais sustentável. Ao permitir estadias mais longas, o bleisure ajuda a reduzir a pressão sobre os pontos turísticos tradicionais, equilibra a procura e promove viagens mais distribuídas e conscientes.
O bleisure está em sintonia com a tendência das viagens lentas e sustentáveis, que privilegiam um ritmo mais lento e deliberado. Em vez de viagens frequentes, os turistas optam por experiências mais imersivas e prolongadas, aprofundando os destinos. Além de promover uma ligação mais cuidadosa com as culturas locais, este tipo de turismo reduz a pegada ambiental ao limitar a frequência das viagens e ao adotar uma abordagem mais respeitadora dos destinos.
Criação de Memórias
A “economia da experiência” continua a ganhar força, marcando uma mudança significativa nas tendências globais do turismo. Em vez de acumularem bens materiais, os consumidores procuram agora experiências que lhes permitam criar memórias duradouras. Esta transformação é particularmente evidente entre as gerações mais jovens, que preferem atividades que vão além da mera fruição de um destino.
De acordo com o “Changing Traveller Report 2025” da SiteMinder, quase 2 em cada 3 viajantes estão agora mais inclinados a viajar para eventos ao vivo, refletindo a crescente importância das experiências como parte integrante das viagens.
Desde exposições interativas a instalações temporárias em hotéis ou espaços urbanos, a combinação de turismo e arte está a tornar-se uma grande atração para os turistas. Os hotéis estão a posicionar-se como centros criativos, não só acolhendo arte, mas também promovendo a preservação do património cultural. Ao integrar a arte nas suas ofertas, estes espaços proporcionam experiências imersivas aos hóspedes, melhorando simultaneamente a sua estadia.
Formação e desenvolvimento de talentos: A chave para um setor em evolução
Para enfrentar os desafios de um setor turístico cada vez mais sofisticado, Carlos Díez de la Lastra sublinha a importância de uma mão de obra altamente qualificada: “Temos de oferecer um serviço de alta qualidade que não só satisfaça como exceda as expetativas dos viajantes. Para o conseguir, é essencial ter profissionais especializados e flexíveis que se destaquem tanto nas competências tradicionais de serviço como nas ferramentas tecnológicas avançadas.”