Terça-feira, Outubro 15, 2024
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A importância dos Operadores Turísticos na cadeia de valor do turismo

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Por André Oliveira

Os operadores turísticos desempenham um papel essencial na cadeia de valor do turismo em Portugal, sendo intermediários de diversos fornecedores de serviços entre hotéis, aviação, empresas de transporte e atrações e experiências turísticas até ao cliente final. A função dos operadores teve imensos ciclos nas últimas 40 décadas, principalmente com a introdução do mercado online e novos canais de distribuição, mas adaptam-se em abordagens híbridas de distribuição sem perder a sua verdadeira essência na intermediação para estruturar a oferta, organização e desenvolvimento dos destinos turísticos em Portugal.

Os operadores turísticos são parte integrante da cadeia de valor e no marketing-mix das unidades a nível de posicionamento e também de ADR, e pós-covid observamos em imensos mercados emissores estrangeiros o regresso aos agentes de viagem e operadores por uma questão de proteção de viagem e segurança no único momento do ano que as poupanças são investidas num momento que deve ser memorável e de lazer.

É importante relembrar aos diversos parceiros turísticos que compõe os pacotes turísticos a importância dos operadores turísticos na cadeia de valor e na confiança que estes transmitem ao mercado.

A criação e comercialização de pacotes turísticos é uma responsabilidade enorme porque os parceiros locais devem ter o melhor serviço possível na combinação de serviços desde a hotelaria, restauração, experiências, transportes (transfer privados ou shuttles). Esta agregação de serviços num único produto de venda não só facilita o planeamento de viagem para os consumidores finais como oferece uma experiência imersiva nos destinos, esta experiência atualmente em package pode ser “custom-made” ou pré-definida tornando-se mais competitivos e aumentando as probabilidades de abranger diversos perfis turísticos.

A diversificação de destinos e produtos é o pilar desta harmonia, porque os produtos são auditados a nível de qualidade e segurança em destinos menos conhecidos ou emergentes, e possibilitam uma validação turística mesmo em destinos já estabelecidos como Portugal, Espanha ou Grécia. Os operadores turísticos nesta perspetiva são como um esquadro na criação de linhas ténues que permitem estimular a procurar com selo de qualidade em mercados emissores consolidados os nichos de mercados.

 A otimização de custos e negociação seja um operador turístico especialista ou “mainstream”, devido ao seu volume ou especificidade de cliente poderá garantir condições especiais junto dos fornecedores dos serviços inerentes ao pacote turístico. Esta otimização de custos permite dependendo do posicionamento mais “high-end” ou “mainstream” adequar a oferta ao cliente e também otimizar custos e benefícios.

Um dos pilares que considero ser a beleza da distribuição turística e o seu valor acrescentado é a capacidade de garantir a qualidade e segurança no destino e nos serviços adjudicados. Além da seleção rigorosa que um verdadeiro operador turístico deve ter, estes permitem que os consumidores tenham uma experiência de viagem com elevados padrões de qualidade e integridade dos serviços inerentes à experiência.

É importante ressalvar que muitos, por vezes, esquecem o papel crucial da promoção nos mercados internacionais, num período onde todos só falamos de vendas diretas, estes agentes do motor turístico mundial são uma peça fundamental na internacionalização do turismo e dos serviços nacionais, não podemos esquecer que a maioria das empresas são PME’s e sem capacidade na sua maioria possuírem marcas que sejam reconhecidas no exterior pelo enorme custo de aquisição e promoção. Assim, estes agentes turísticos, cujo nome deve ser enfatizado OPERADOR TURÍSTICO, não só promovem as barreiras culturais na promoção como investem na dinamização do reconhecimento da marca Portugal e dos destinos/regiões, contribuindo para a integração e verticalização da oferta nos nossos principais mercados emissores e emergentes.

Uma dimensão que, por vezes, não é imediatamente associada aos operadores turísticos é o impacto económico e social, isto porque estes não só possibilitam a criação de empregos diretos no setor turísticos, mas geram um impacto significativo na cadeia de valor e diversos setores como transportes, alimentação, experiências, comércio local entre outros, mas realçar a dinamização que estes permitem nas economias locais e regionais, sendo um motor importante do crescimento de Portugal.

Não menos importante, e talvez a imagem de marca dos operadores turísticos, é a assistência ao cliente e o suporte que proporcionam nos destinos durante a estadia e a chegada, este suporte foi notório durante diversas situações como covid-19 e outras calamidades, esta capacidade de assegurar assistência não só proporciona tranquilidade aos turistas/clientes, como permitem solucionar in-loco qualquer problema que surja durante a estadia, sendo na minha opinião um dos elementos chave a ser valorizado no valor que aportam aos clientes sejam eles finais ou agentes de viagem (B2B ou B2B2C), relembrar o acolhimento feito em alguns dos nossos principais aeroportos, serem recebidos pelos famosos “Rep’s ou Destination Rep’s”

Em suma, os operadores turísticos são atores-chave na cadeia de valor do turismo, desempenhando funções críticas na comunicação e comercialização dos produtos turísticos nos destinos internacionais. Não só facilitando a experiência da viagem para os consumidores agentes de viagem/clientes finais otimizando custo, garantia de qualidade e segurança e atualmente sendo agentes de promoção de práticas sustentáveis, o trabalho que fazem na diversificação de destinos permitindo o acesso turístico, contribuem para o desenvolvimento económico e social das regiões turísticas em Portugal e no mundo, daí reforçar a importância do seu papel neste setor crucial para Portugal com um peso de dois dígitos no PIB nacional.

Por André Oliveira

Exerceu diversos cargos na área de vendas de grupos internacionais e nacionais, criação de projetos empreendorismo, fundador do VOIGHT, e atualmente é diretor de vendas da Ontravel Solutions S.A, representante em Portugal do maior Tour Operador do UK: Jet2Holidays & Jet2.com. É licenciado em Marketing Turístico pela Universidade do Algarve, Pós-Graduação em Direcção Hoteleira (EHTA) e especializações em Harvard, London Business School e Wharton em gestão estratégica e “corporate finance”.

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