No passado dia 19 de novembro, foi realizado com sucesso o primeiro voo transatlântico de uma aeronave movida a combustível de aviação 100% sustentável (SAF). Este feito representa um avanço significativo para o futuro da aviação, e, de facto, o setor do turismo agora insta à criação de uma indústria específica para normalizar este tipo de propulsão, de acordo com a Associação de Agências de Viagens Britânicas (ABTA).
Mark Tanzer, diretor executivo desta associação, expressou num comunicado que este voo “marca uma evolução crucial na aviação em direção a uma forma mais sustentável de viajar”. Contudo, para transitar da fase experimental para a utilização generalizada, enfatizou que é imperativo “contar com o apoio do governo para desenvolver uma indústria nacional de combustíveis de aviação sustentáveis”.
Tanzer salientou que, sem esse suporte, o Reino Unido enfrentaria a dependência de importações, com consequente perda de empregos e valor económico que uma indústria doméstica poderia oferecer.
Embora reconheça que a redução da dependência de combustíveis fósseis não seja a única medida para combater as alterações climáticas, Tanzer sublinha a importância de considerar outros fatores, como a “perda de biodiversidade”. Neste contexto, afirma que “o setor das viagens tem uma oportunidade real de contribuir de forma positiva”.
Reduzir o carbono e o CO2 na atmosfera
No sentido de apoiar esta ideia, o diretor executivo afirmou que “um ambiente forte e biodiversificado é crucial para mitigar a presença de carbono na atmosfera”. Por essa razão, a ABTA está envolvida numa consulta inicial com o Nature Positive Tourism Partnership, um consórcio de partes interessadas no setor que contribui para um relatório e um quadro das Nações Unidas sobre a natureza e a biodiversidade.
É relevante destacar que membros da ABTA participaram ativamente neste processo, contribuindo com estudos de caso. Um relatório detalhado e ferramentas demonstrativas de como adotar práticas positivas para a natureza no turismo serão publicados em dezembro. Além disso, a ABTA está a desenvolver, em colaboração com a Deloitte, um Guia de Ação Climática.