O presidente da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), Fernando Garrido, afirmou que, “num momento de incerteza política, não podemos deixar de chamar a atenção para que este trabalho que foi desenvolvido não caia por terra”, durante a sessão de abertura do XXI Congresso, que decorre na Costa da Caparica, em Almada.
A sessão de abertura do XXI Congresso da ADHP, que ocorreu esta quinta-feira, dia 20, contou com intervenções de Fernando Garrido, presidente da ADHP, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Carla Salsinha, presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, e Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada.
Durante a sua intervenção, Fernando Garrido destacou a realização da 21.ª edição do congresso no município de Almada, que, apesar da proximidade da cidade de Lisboa e “grande tradição turística”, nomeadamente no turismo balnear, “sofre de uma elevada sazonalidade”.
“Este congresso é a prova de que este concelho tem condições para receber eventos MICE, tornando-se extremamente interessante pela sua proximidade do aeroporto internacional”, sublinhou o responsável, indicando que o evento conta com 717 congressistas inscritos.
O presidente da ADHP referiu os recordes do setor de alojamento turístico. “Segundo os últimos dados do Travel BI, no ano de 2024, recebemos mais de 31,5 milhões de hóspedes – aproximadamente 3x a população portuguesa –, com 6,6 mil milhões de proveitos globais”, disse.
No entanto, frisou, “estes resultados só são possíveis de alcançar graças a todos os profissionais do turismo”, perante um momento em que o setor passa por “uma dificuldade de contratação de mão de obra qualificada”.
Fernando Garrido sublinhou o trabalho que a ADHP tem levado a cabo em conjunto com as escolas, onde integra diversos conselhos consultivos, e no apoio aos profissionais, através da realização de formações “no sentido de formar e capacitar os diretores”. Um exemplo referido foi o curso de especialização em direção hoteleira, que em 2024 formou “perto de 60 profissionais”.
Além disto, o responsável relembrou o trabalho desenvolvido ao lado de outras associações e do Governo, “mais especificamente com o secretário de Estado Pedro Machado, na revisão do RJET [Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos], no sentido de valorizar os profissionais do setor”.
“No entanto, num momento de incerteza política não podemos deixar de chamar a atenção para que este trabalho que foi desenvolvido não caia por terra e se perca uma vez mais a oportunidade de reconhecer os profissionais”, frisou Fernando Garrido, mencionando também “outros pontos” como o aeroporto de Lisboa e a ferrovia de alta velocidade, “fundamentais para o crescimento sustentado do turismo nacional”.