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Aeroporto de Amesterdão compensa passageiros por voos perdidos

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O Aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, vai compensar os viajantes que chegaram ao aeroporto a tempo no período entre 23 de abril de 2022 e 11 de agosto de 2022, mas perderam o voo por causa de longas filas de espera no controlo de segurança.

Em comunicado na passada quinta-feira, dia 11, o aeroporto explica que “os viajantes que incorreram em custos durante o período acima descrito devido à perda do voo por causa de uma longa fila para controlo de segurança podem enviar um pedido de compensação ao aeroporto até 30 de setembro”.

Os viajantes podem, entre outras coisas, solicitar uma indemnização pelos custos incorridos para remarcar um voo ou para um voo de substituição, para transporte alternativo se tiveram de viajar para um destino de forma diferente ou por custos de viagem adicionais incorridos para regressar a Schiphol ou a um destino diferente para viajar para outro aeroporto. Os viajantes também podem reclamar custos de alojamento em Schiphol ou perto de Schiphol e despesas de alojamento, transporte ou atividades no destino que já não podem ser canceladas.

“Muitas pessoas estão ansiosas pelas suas férias no exterior, especialmente após 2 anos de COVID. Lamentamos que haja pessoas que perderam o voo devido a uma longa fila na segurança. Como resultado, tiveram que perder as suas férias ou parte delas e estamos solidários com essas pessoas”, afirma o CEO do Aeroporto de Schipol, Dick Benschop.

Sandra Molenaar, diretora da Associação de Consumidores, está satisfeita com o acordo: “Investigamos as possibilidades de uma reclamação em massa e depois entramos em discussões com Schiphol. Graças aos nossos esforços conjuntos, surgiu este acordo, que ajudou um grande grupo de consumidores”.

Para Pedro Castro, diretor da SkyExpert, empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo, esta medida é, por enquanto, única no espaço europeu. “Única e voluntária, porque se a lei Europeia impõe diversas responsabilidades compensatórias bem definidas às companhias aéreas, já não as prevê se os mesmos factos têm origem no mau funcionamento do SEF, da empresa de assistência em escala ou numa falha da infraestrutura. Ou seja, o passageiro incorre o mesmo tipo de prejuízo mas ninguém assume essa responsabilidade”. Pedro Castro defende que estes incidentes em vários aeroportos europeus deveriam permitir uma revisão do regulamento relativo aos direitos dos passageiros que alargasse a responsabilidade das companhias aéreas às entidades envolvidas nesta cadeia de valor e a outros meios de transporte. Pedro Castro alertou ainda para duas questões: “Ninguém falou na compensação devida às companhias aéreas pelo caos provocado nas suas operações e ninguém valorizou o stress vivido mesmo por quem não perdeu o voo por pura sorte ou muita antecipação. Isto traduz bem a valorização económica que fazemos dos danos psicológicos na era pós-Covid em que, pela primeira vez, muitas pessoas iam de férias”. Pedro Castro não acredita que esta medida chegue a Portugal. “Não temos uma sociedade civil consciente nem lobbies fortes para isso”, conclui.


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