Quarta-feira, Fevereiro 19, 2025
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Agências de viagens alemães pedem apoios em 2022 para salvarem empregos

A “morte” das agências de viagens alemãs foi evitada pelas ajudas estatais, mas o novo Governo deve manter as medidas para a sobrevivência das empresas e postos de trabalho, segundo a Associação Alemã de Viagens (DRV).

“Tanto as agências de viagens como os operadores turísticos e muitos outros prestadores de serviços do setor das viagens vão continuar a precisar da ajuda do Governo Federal em 2022”, disse à Lusa Torsten Schafer, da associação alemã que representa empresas do setor.

Schafer sublinhou que os apoios do Governo Federal, através das ajudas e dos benefícios em relação ao trabalho de curta duração evitaram “a morte, em massa”, das agências de viagens alemãs, mas frisou que a indústria continua a sofrer “enormes pressões”.

Apesar das ajudas, o responsável refere que “muitas decisões políticas” do Governo alemão da chanceler Angela Merkel tiveram, até ao momento, impactos negativos no setor das viagens e junto dos consumidores por causa das restrições de viagens e dos regulamentos de entrada no país, no quadro da crise sanitária.

Muitas destas decisões, afirmou Schafer, não tiveram em conta as propostas apresentadas pelo setor sobre deslocações seguras e alojamento dos clientes.

“Isto levou à incerteza e as pessoas abstiveram-se de viajar”, lamentou Schafer, sublinhando que as proibições de entrada no país que ainda estão a ser aplicadas e os regulamentos de quarentena para viajantes, assim como outras restrições, impedem a normalização do negócio.

Assim, frisou, é difícil prever como se vai apresentar o ano de 2021 sendo que a indústria de viagens alemã espera – depois de uma perda de receita superior a 80% no ano passado – uma quebra de receitas este ano, provavelmente mais de 60% em relação a 2019.

“No entanto, as vendas de verão aumentaram. Vemos que os alemães querem voltar a ter férias e viajar. O volume de negócios acumulado no verão de 2021 aumentou, mas, mesmo assim, os números ainda estão muito abaixo em comparação com um ‘verão normal'”, disse Schafer.

“Nos últimos anos, só houve um caminho: o crescimento. Ano após ano, os gastos dos alemães com viagens aumentaram significativamente, tendo atingido os 69,5 mil milhões de euros, em finais de 2019”, disse o responsável, recordando que o ​​​​​​turismo foi visto como um dos grandes setores “em crescimento” da economia alemã.

Segundo a DRV, “a reviravolta” ocorreu em 2020 por causa da pandemia sendo que a despesa com viagens caiu 54%, para os 31,9 mil milhões de euros.

Os efeitos “são enormes”: as agências de viagens, os operadores turísticos e muitas outras empresas do setor estão a lutar para sobreviver, referiu Torsten Schafer.

“A atual situação significa que os quase três milhões de postos de trabalho proporcionados pela indústria do turismo estão em perigo. O declínio do setor também tem consequências em muitos países, porque nos últimos anos os alemães estavam entre o grupo dos maiores clientes de viagens internacionais”, avisou o responsável.

Para a DRV, a questão das viagens e do setor têm de fazer parte da agenda do novo Governo, após as eleições de domingo na Alemanha, porque “nem os agentes de viagens nem os operadores turísticos têm garantias suficientes sobre o retomar das atividades de forma sustentável”.

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