A Ávoris apresentou a mais recente edição do seu relatório Travel Insights, um estudo que analisa as diferenças geracionais no comportamento dos viajantes, desde a inspiração inicial até à forma como reservam e vivem as suas viagens.
Embora o estudo tenha sido conduzido em Espanha, com uma amostra de 510 viajantes, as conclusões refletem tendências também visíveis no mercado português, onde os hábitos digitais e o peso das redes sociais estão a transformar o modo como se planeiam férias.
As redes sociais são o novo catálogo de viagens
As redes sociais tornaram-se a principal fonte de ideias para as gerações mais jovens.
Quatro em cada dez viajantes da Geração Z dizem inspirar-se no que partilham outros viajantes anónimos, enquanto um terço segue influenciadores. Entre os Millennials, 47% assumem que os criadores de conteúdo influenciam as suas decisões de viagem, ainda que amigos e familiares continuem a ter um peso importante.
Já os Boomers e a Geração X continuam a inspirar-se sobretudo em recomendações pessoais e meios tradicionais, como revistas especializadas, programas de televisão e agências físicas.
Planeamento: prioridades que mudam com a idade
O estudo da Ávoris mostra que cada geração pensa o processo de forma distinta: Os Millennials dão prioridade aos acompanhantes e ao destino, reforçando a importância da experiência partilhada; a Geração Z decide primeiro a data e depois o destino; a Geração X e os Boomers colocam o destino no topo, seguidos do orçamento e das datas — valorizando a previsibilidade e a boa organização.
Na hora de reservar, 41% dos viajantes prefere tratar diretamente com o fornecedor, enquanto as gerações mais velhas continuam a escolher as agências tradicionais — sobretudo quando o objetivo é ter acompanhamento, segurança e simplificação do processo.
Curiosamente, mesmo num contexto de crescente digitalização, 68% dos inquiridos afirma que preferem falar com uma pessoa em vez de completar a reserva inteiramente online, desde que o preço seja igual.
Agências de viagens: confiança, clareza e atenção personalizada
O relatório da Ávoris revela que as agências continuam a ser um pilar de confiança no setor, mas com funções e expectativas muito diferentes conforme a geração.
Para a Geração Z e os Millennials, a agência deve inspirar. Estes viajantes esperam ideias criativas, conteúdo visual atrativo, sugestões inesperadas e propostas personalizadas que não encontrariam sozinhos. Querem que a agência funcione como curadora de experiências, não apenas como intermediária.
A Geração X procura clareza e apoio técnico. Valorizam que as agências compare preços, simplifiquem processos e resolvam dúvidas sem pressão para fechar a reserva. Para eles, a agência é uma ferramenta de eficiência e confiança.
Os Boomers mantêm uma relação de lealdade mais forte: 82% ainda prefere o contacto presencial. Valorizam a atenção humana, a tranquilidade de delegar a gestão da viagem e o apoio em caso de imprevistos.
Globalmente, o estudo destaca que 55% dos viajantes considera que o valor máximo de uma agência reside na capacidade de resolver problemas de forma rápida e eficaz, seguida da adaptação ao orçamento (14%) e da disponibilidade para responder a dúvidas (12%).
Além disso, 47% dos inquiridos valoriza que a agência trate de todo o processo de reserva — desde voos e alojamento até documentação —, reforçando que, mesmo no mundo digital, a conveniência e a segurança continuam a ser fatores decisivos.
O desafio: falar a linguagem de cada geração
A Ávoris identifica cinco perfis de viajantes que resumem o panorama atual:
- Exploradores em rede – Jovens digitais que vivem e partilham cada viagem nas redes.
- Arquitetos da viagem – Planeadores que equilibram estrutura e liberdade.
- Curiosos em movimento – Viajantes que procuram cultura e aprendizagem.
- Disfrutones tranquilos – Boomers que valorizam o conforto e a atenção personalizada.
- Sonhadores em rota – Jovens aspiracionais para quem o turismo é parte do estilo de vida.
Para a Ávoris, compreender estas diferenças é essencial para o futuro do turismo. “Cada geração tem o seu próprio código: da imediatez digital à atenção personalizada. O desafio está em conectar com todos eles, oferecendo experiências relevantes e autênticas”, sublinha o relatório.





