A maioria dos agentes de viagens espanhóis está de acordo quanto à pertinência de cobrar pelos serviços de aconselhamento, revela um inquérito realizado pelo jornal Hosteltur.
“O cenário é de boas notícias constantes para a atividade turística – mesmo apesar da inflação e da incerteza geopolítica -, com números recorde que se mantêm dia após dia, e com previsões futuras mais do que otimistas e um ambiente de viagens cada vez mais complexo”, explica o Hosteltur, numa notícia que reporta os resultados do seu inquérito.
O resultado é bastante claro: 70% dos inquiridos escolheram a opção “Sim, penso que a situação o permite”. Um número significativo, embora inferior, de 26% respondeu “Não, penso que não é o momento certo”, enquanto 4% indicaram que já cobram quando fazem orçamentos. Assim, a maioria das agências de viagens estaria inclinada a introduzir esta nova taxa, enquanto uma minoria já o faz efetivamente.
Para sete em cada 10 agências de viagens, “este seria o cenário mais ideal para a adoção desta medida, que, no entanto, não é unânime”, afirma a ObservaTUR, do Hosteltur.
Perante estes resultados, Marcos Franco, porta-voz do ObservaTUR, afirma que “a reação não é surpreendente. É importante considerar que, no âmbito das suas funções, os agentes de viagens dedicam muitas horas do seu trabalho a responder aos clientes e a colocar todo o seu conhecimento especializado sobre os destinos e as viagens ao serviço dos viajantes”.
O responsável acrescenta ainda que os clientes “por vezes, depois de obterem a informação e os preços das propostas, ‘fogem’ com esses orçamentos para obterem melhores ofertas noutros pontos de venda, descredibilizando assim este trabalho e a dedicação prestada pelos agentes de viagens, que não veem qualquer compensação financeira pelo esforço que fizeram, o que é frustrante”.
Segundo Franco, “a medida é também proposta num contexto muito favorável, com todos os parâmetros do setor em alta e com um aumento significativo da complexidade na organização de uma viagem, uma vez que os tempos das propostas indiferenciadas estão a passar a favor da máxima personalização. E esta personalização e o valor acrescentado proporcionado pelos agentes são uma parte essencial do sucesso das viagens”, observou.