A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) lamentou esta quarta-feira, dia 4 de maio, a aprovação de uma taxa turística nos Açores pela Assembleia Legislativa Regional.
Em coerência com a posição pública de há muito e desde sempre assumida nesta matéria, “a AHP é contra a criação de taxas que agravem o preço pago pelos turistas nas suas deslocações a Portugal, seja no Continente ou nas Regiões Autónomas, e que não tragam benefício para o próprio turista e para o destino”, afirma a associação em comunicado.
A associação critica que a iniciativa tenha sido centralizada, quando a decisão deverá caber a cada município, sobretudo pelas assimetrias existentes e realidade própria de cada município, “pelo que aplicar uma taxa uniforme a toda a região não faz sentido”, defende. Essa tem sido uma competência das autarquias e no entender da AHP assim deverá continuar, pelo que acompanha totalmente as críticas feitas abertamente quer pelo Presidente do Governo dos Açores, quer pela Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, seja quanto à oportunidade da iniciativa, quanto ao momento e quanto à forma como este tributo foi aprovado.
Bernardo Trindade, presidente da AHP, afirma que “esta iniciativa é, para lá de tudo o mais, totalmente inoportuna. Acabámos de sair de uma pandemia, onde a Região dos Açores foi severamente afetada, as quebras na Hotelaria foram enormes, pelo que aplicar uma taxa num momento como este é um erro. Assistimos, agora, à retoma da atividade turística com grandes incógnitas sobre o comportamento da aviação e grande concorrência entre destinos, pelo que esta decisão vai fragilizar, e muito, a RAA.” E acrescenta ”Para lá da pandemia, o aumento de preços é já uma realidade, muito por causa da guerra na Ucrânia, o que nos deixa ainda apreensivos pois pode refletir-se num futuro próximo em menor poder de compra dos nossos principais destinos emissores.” “A AHP – conclui o dirigente – espera sinceramente, como já houve oportunidade de dizer, em concertação com todas as associações empresariais e profissionais dos Açores, que esta decisão venha a ser revogada, a bem do desenvolvimento turístico sustentável da região.”