Em Lisboa, o mercado dos Estados Unidos da América ficou em primeiro lugar em termos de hóspedes e dormidas em 2022, revelou a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) esta quinta-feira.
De acordo com o inquérito “Balanço 2022 & Perspetivas 2023”, apresentado em Lisboa pela vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, dos 375 estabelecimentos hoteleiros que responderam ao inquérito, 87% dos inquiridos colocaram Portugal nos três principais mercados emissores, 46% Espanha, 37% o Reino Unido, e 33% os EUA.
Cristina Siza Vieira salientou que 90% dos inquiridos na Região Autónoma da Madeira indicaram que o mercado dos EUA ficou no top 3 em 2022. “Em Lisboa, os Estados Unidos já foram o principal mercado em hóspedes e dormidas no ano passado”, frisou a vice-presidente.
“A aposta no mercado americano é uma boa aposta, tem dado realmente uns resultados muito interessantes, porque o mercado americano responde”, sublinhou a vice-presidente executiva da associação.
À semelhança dos resultados já avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Turismo de Portugal, o inquérito à hotelaria demonstrou, segundo a responsável, que “2022 foi um ano interessante”, com crescimento em termos de preço praticado em praticamente todo o território.
O preço médio nacional na hotelaria, em 2022, foi 119€ por noite. Neste campo, foi a capital portuguesa que se destacou, com o preço médio mais alto no país (152€); seguida pelo Algarve (124€); e pelo Alentejo (123€).
O preço médio por quarto subiu “fruto de vários fatores e acompanhando a tendência no resto da Europa”, frisou Siza Vieira, constatando que “toda a Europa cresceu em preço de hotelaria”.
Segundo o inquérito, em 2022, a taxa de ocupação na hotelaria nacional fixou-se em 61%. Face a 2019, ano em que se registou uma taxa média de ocupação de 65,4%, a taxa no ano passado decresceu 4.4 pontos percentuais.
As regiões portuguesas que registaram a melhor taxa de ocupação em 2022 foram a Região Autónoma da Madeira (76%), Lisboa (70%), e a Região Autónoma dos Açores (69%). Também foi a Madeira que alcançou a melhor estada média do país (6 dias), a média nacional no ano passado foi de 3 dias.
“Ficámos aquém em taxa de ocupação, mas em termos de proveitos globais da atividade turística ultrapassámos já em 2022 os resultados de 2019”. Os proveitos globais da atividade turística no ano passado alcançaram os 4.371 milhões de euros, mais do que duplicaram face a 2021 e superaram os níveis de 2019 (+15,2).
Face a 2019, os maiores crescimentos registaram-se na Região Autónoma da Madeira (+29,8% nos proveitos totais e +36,6% nos de aposento). Os proveitos totais e de aposento cresceram menos no Centro (+9,3% e +14,4%, respetivamente) e na Área Metropolitana de Lisboa (+11,5% e +12,8%, pela mesma ordem).
A Booking.com foi um dos três principais canais de distribuição para 96% dos inquiridos, seguida pelo website próprio (83%), Expedia (57%), GDS (13%).