Domingo, Dezembro 8, 2024
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Airventure é a nova organização de agências IATA: “Queremos ser o maior produtor de BSP nacional a médio prazo”

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A Airventure, uma organização composta exclusivamente por agências de viagens IATA em Portugal, vai iniciar atividade no próximo mês de janeiro. A organização foi apresentada esta terça-feira, dia 6, numa conferência de imprensa com a presença de cinco dos seis sócios fundadores: Luís Henriques, representando a Airmet, Miguel Quintas (Consolidador.com), Alberta Gomes Alves (agência Gomes Alves), Luís Cabral (Tropical Season), Marco Velez (LeiriViagem) e Rui Enes (Via São Jorge).

Começando pela orgânica deste novo grupo, Luís Henriques explica que todas as agências são sócias e integram o capital da Airventure, assumindo “a responsabilidade na equipa de gestão e com poder de decisão no dia a dia”. Os pelouros estão distribuídos pelos diferentes sócios e as decisões são tomadas em assembleia. “Contrariamente ao que acontece nos grupos de gestão tradicionais, são tomadas em conjunto por todos os sócios e não impostas pelo grupo de gestão de forma unilateral”, esclarece.

A Airmet tem 50,1% do capital social da Airventure, e os restantes sócios 49,9%. No entanto, “o acordo parassocial que define as regras da própria sociedade dá a todos direito a voto igual”, avança Luís Henriques.

Luís Henriques

“É uma organização composta exclusivamente por agências IATA, com a particularidade que essas agências são sócias também da organização. Julgamos que é um tipo de organização que faz falta ao nosso mercado, hoje em dia, e que pode ter um espaço importante na distribuição para agências exclusivamente IATA”, acrescenta o responsável.

Com início de atividade prevista para janeiro de 2023, a Airventure, segundo Luís Henriques, está em fase avançada de conversações com as companhias aéreas e integrará mais seis sócios no início do anos. Nos cálculos da organização, os 12 sócios produzirão 14% de share do BSP em Portugal, ou seja, entre 90 e 95 milhões de euros, do total de 690 milhões de euros registados pelo BSP em 2022.

Os objetivos da Airventure estão traçados: além de melhores condições comerciais para as agências de viagem IATA, a sociedade tem como principal objetivo a repartição de remunerações extra. “O objetivo desta sociedade é dar mais rentabilidade e mais competitividade aos sócios que a compõem. Acreditamos que, desta forma, com uma sociedade única, RNAVT e IATA únicos, conseguiremos ter outro poder de contratação e de negociação que não conseguiríamos isoladamente”, defende Luís Henriques. “É um grupo extraordinário exclusivo e pretendemos fazer algo completamente diferente do que existe no mercado”. Luís Henriques não esconde a ambição da Airventure ser “a médio prazo o maior produtor BSP nacional”, meta para a qual vão trabalhar nos próximos dois anos.

Por outro lado, com as companhias a cortarem na remuneração às agências, Luís Henriques considera que a solução são organizações deste género. “Com estas organizações, de certa forma, temos capacidade de mudar o jogo”.

Caraterísticas da Airventure

Apresentando-se como um “projeto único e agregador de valor para as agências de viagens que o compõem”, a Airventure tem na sua génese algumas caraterísticas que Luís Henriques considera diferenciadoras, tais como a criação de um fundo de garantia inicial de 20 mil euros “para transmitir confiança ao mercado”. “Definimos uma percentagem da faturação anual que fica retido para reforço do fundo”, explica. Por sua vez, a Airventure terá um número IATA (em processo e deverá ficar definido até ao final do ano) e número de RNAVT próprio. O objetivo, diz Luís Henriques, é “ter a capacidade de intervenção direta, sem necessidade de usar nem IATA, nem RNAVT de outros sócios que compõem a organização”.

Atualmente, a Airventure está em processo de angariação de mais agências IATA, existindo “espaço para mais oito novas agências até ao final do 2022”, garante Luís Henriques. O responsável sublinha ainda que “as que entrarem até ao final do ano têm algumas vantagens especifícas”, não referindo quais.

Das seis novas agências que estão previstas entrar em janeiro, duas fazem parte da Airmet, outras duas são independentes e duas de um grupo concorrente. Para já, só foi relevada a entrada da agência EMVIAGEM.

Qualquer agência que queira entrar está sujeita a critérios bem definidos, uma rigorosa avaliação e a aprovação dos sócios, porque “queremos manter esta organização exclusiva e integrar agências com vantagens para todos nós”, justifica. Apesar de considerar que não será fácil a entrada no grupo, até porque “a malha vai começar a apertar um pouco a partir do próximo ano”, Luís Henriques considera que poderão crescer até às duas dezenas de agências IATA. “É um grupo que se quer exclusivo e pretendemos ter as agências que são fortes no mercado nacional. Temos uma meta definida, mas mais em termos de share do que em termos de sócios”, defende.

Subida entre 2,5% e 3% na rentabilidade

As contas foram feitas pela organização e apresentadas como uma mais valia para qualquer agência IATA que queira juntar-se à Airventure. “Acreditamos que vamos conseguir aumentar a rentabilidade média de uma agência IATA (entre 2,5% a 3%). Mudámos o modelo de contratação há um ano e meio, temos um modelo que permite um escalonamento grande em termos de remuneração, parte vem daí. Mas outra parte, sendo uma organização com o número de IATA único, teremos acesso a outro tipo de contratação que não temos isoladamente”, refere Luís Henriques.

Ao aumento da rentabilidade, Miguel Quintas acrescenta outras mais valias: “O aumento da rentabilidade é o que as empresas procuram e aqui não é diferente, mas o aumento da rentabilidade não vem apenas de uma melhor negociação, também significa uma diminuição de custos, e todas as agências sócias comungam dos mesmos princípios. Nesse sentido, conseguimos uma redução de custos para o dia a dia das agências de viagens, a que acresce uma componente tecnológica fortíssima que a Airventure já tem”.

A equipa de gestão da Airventure foi definida pelos seus sócios e está organizada da seguinte forma: a Airmet está com o pelouro comercial, a Tropical Season e a Via São Jorge com a tecnologia, a Gomes Alves e a LeiriViagem com o departamento financeiro, e o Consolidador.com com a Contratação. “Com a entrada de novos sócios em janeiro, irá haver alterações”, garante Luis Henriques. Todas as agências que entrarem serão Airmet, e a partir do momento que entram na Airventure, terão acesso à contratação do grupo de gestão.

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