Terça-feira, Março 18, 2025
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AP Hotels & Resorts fatura 64M€ em 2024 e espera crescer a dois dígitos este ano

A AP Hotels & Resorts atingiu uma faturação de cerca de 64 milhões de euros em 2024, num ano descrito como “extraordinário”, disse à imprensa Emanuel Freitas, diretor geral do grupo hoteleiro, à margem da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market. A AP prevê um crescimento a dois dígitos para este ano e e tem na mira oportunidades de negócio em Lisboa e Porto.

“Atingimos cerca de 64 milhões de euros de faturação, o que, para nove hotéis, já é uma faturação interessante”, começou por revelar Emanuel Freitas, indicando que este crescimento a dois dígitos foi assente no aumento do preço médio. Para o diretor geral, 2024 foi “um ano extraordinário”, com “uma forte consolidação de mercados”.

O AP Lago Montargil, situado no Alto Alentejo, é a aquisição mais recente do grupo hoteleiro, concretizada no final de 2023. “Lançámos no final da primavera do ano passado o all inclusive na unidade, que foi um sucesso muito grande, com uma grande procura por parte das famílias e por parte de individuais. É algo que no Alentejo não é tão normal, juntamente com as atividades náuticas, a marina, as motas de água e os passeios de barco”, referiu Emanuel Freitas.

Para 2025, a AP Hotels & Resorts planeia aumentar a capacidade da unidade hoteleira, uma vez que “percebemos que precisávamos de ter mais quartos”, segundo Emanuel Freitas. A renovação pressupõe a construção de 19 novos quartos, que “devem estar prontos em meados de maio para termos essas unidades disponíveis para venda no verão”. 

O projeto de requalificação no antigo Sinerama, em Sines, está prestes a terminar, com a transformação de um apart-hotel de três estrelas para um hotel de quatro estrelas, passando de 105 apartamentos para 136 quartos, de acordo com Emanuel Freitas.

“O Sinerama está em pleno funcionamento. Faltam exatamente 15 dias para terminar as duas piscinas, uma interior e outra exterior. Foi completamente remodelado, agora com spa, piscina interior, piscina exterior, os quartos todos refeitos e algumas suítes também. O lobby está completamente diferente, o restaurante e o bar”, indicou o diretor geral.

Emanuel Freitas sublinhou que a unidade em Sines manteve-se aberta durante as obras. “No verão estivemos 100% abertos, com os quartos todos em operação. Como temos um segmento de negócio em que o cliente toma o seu pequeno almoço, sai para trabalhar e volta ao fim da tarde, tivemos alguma flexibilidade para podermos trabalhar a unidade hoteleira sem grande complicação em termos do impacto no nosso cliente”, explicou.

Já o AP Lisboa, a primeira unidade do grupo hoteleiro na capital, deverá abrir portas em 2026, com o início da obra “em breve”. “Aquestão das licenças está num bom caminho”, disse Emanuel Freitas. “Estamos numa fase de concursos com os empreiteiros das várias especialidades. Houve alguns atrasos por causa das especificidades de ser um edifício pombalino e de ter que manter algumas características do próprio edifício”.

Quanto a novas oportunidades de negócio, a AP Hotels & Resorts encontra-se a “avaliar o mercado e pode acontecer a aquisição de unidades”. “Temos algumas situações em análise que poderá passar pela construção de raiz ou por uma situação de aquisição, remodelação e depois operação”, avançou.

“O nosso objetivo, neste momento, passará muito por Porto e Lisboa, o que não significa que, se surgirem oportunidades, por exemplo, no Algarve, não seja também uma área em que possa vir a haver investimento do grupo AP Hotels”, acrescentou Emanuel Freitas.

Principais mercados da AP Hotels & Resorts

De acordo com o diretor geral do grupo hoteleiro, “no Algarve, o mercado inglês tem a sua predominância”. Além disto, a AP está com “boas perspetivas, a partir de maio, com o voo dos EUA, para o crescimento do mercado americano”, já sentindo “uma maior procura”. A Alemanha, por sua vez, teve uma “estabilização”, com um “crescimento de 1% ou 2%”.

“O que tem crescido muito tem sido o nosso cliente direto, que hoje já representa 25% do total de reservas e receitas do grupo, aliado a uma consolidação de um bom produto e uma fidelização do próprio cliente. O programa de fidelização tem tido um crescimento elevado em termos do negócio direito com praticamente todas as nossas unidades”, explicou Emanuel Freitas.

Já a unidade hoteleira de Sines conta com “um mercado muito corporativo”, ainda que o lazer seja “muito concentrado em alguns fins de semana e no verão”. Emanuel Freitas indicou ainda que, “com a fábrica das baterias, as tecnologias e os data centers, estamos a elaborar contratos com empresas que estão no desenvolvimento de grandes negócios para utilização dos seus quadros e de eventos na unidade de Sines”. 

O AP Dona Aninhas, em Viana do Castelo, está no seu segundo ano de operação e, segundo Emanuel Freitas, “tem sido um grande sucesso”, com especial destaque para o mercado corporate e “muito lazer”. 

“O hotel é certificado pela parte dos caminhos de Santiago, com cada vez mais clientes de todo o mundo que ficam da Austrália à China, aos Estados Unidos”, acrescentou o responsável, sublinhando que “Viana do Castelo tem desenvolvido muitas atividades culturais e de espetáculos que têm alavancado o turismo para a cidade”.

O hotel com melhor desempenho do grupo é o AP Adriana Beach Resort, visto que é a unidade de maior dimensão, com um total de 438 quartos. O segmento de lazer e de famílias são os principais mercados, bem como “algum MICE”.

“Antigamente, o hotel fechava no início de novembro e reabria muito próximo da Páscoa. No ano passado fechou no final da terceira semana de novembro e este ano abrimos no dia 30 de janeiro. Portanto, cada vez mais está a ser menor o período de encerramento, que aproveitamos para fazer grandes manutenções e remodelações”, explicou. “No ano passado, tivemos um aquasplash novo, uma área de brinquedos para crianças e um anfiteatro com capacidade para 500 pessoas totalmente remodelado”.

Aposta contínua no enoturismo

Emanuel Freitas falou também sobre a aposta do grupo hoteleiro no enoturismo. “Dentro do portfólio das empresas do grupo Madre, onde faz parte o grupo AP Hotels & Resorts, temos a Quinta de São Sebastião, em Arruda dos Vinhos, onde temos uma produção na casa dos seis milhões de garrafas de vinho por ano”, disse.

“Em parceria com a Vila Galé, temos a Quinta da Val Moreira e o Vila Galé Vineyards, que, embora opere com a marca Vila Galé, é uma parceria entre a AP Hotels e a Vila Galé. Abrimos em novembro do ano passado a parte da adega do Paço do Curutelo e está previsto abrir a unidade hoteleira em abril”, acrescentou o diretor geral.

“A produção de vinho está muito agregada ao grupo, quer em serviço, quer em qualidade do produto que oferecemos. Vamos continuar a trabalhar o enoturismo com os nossos clientes e com os nossos parceiros”, sublinhou Emanuel Freitas. “Portugal está cada vez mais com o melhor produto vínico e isso tem trazido mais clientes que vêm à procura deste tipo de turismo”.

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