Na abertura do 49.ª Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo, sublinhou o reforço contínuo da ligação entre Portugal e Espanha, bem como a relevância de mercados emissores de turistas como a Coreia do Sul, Canadá e México.
“O turismo é identificado como aquilo que ficou denominado o intensificador do desenvolvimento”, afirmou Pedro Machado durante a sua intervenção, que defendeu que “desenvolvimento que significa criação e captação de riqueza, mais coesão”, bem como uma “aposta cada vez maior no domínio da mobilidade e da conectividade”.
Nesta linha, o Secretário de Estado do Turismo referiu a “decisão aeroportuária”, bem como “foi lançada há uma semana a linha de alta velocidade entre Lisboa, Oiã e Porto, e Porto à Galiza, e como já está em estudo a ligação de Lisboa até Espanha”. Além disto, referiu a decisão entre Portugal e Espanha relativa à “ligação através de pontes no sentido de reforçar aquilo que é um espaço territorial que tem muito para dar ao mundo”. Enfatizou que “Portugal e Espanha são a maior placa recetiva em matéria de turismo, mas são também e queremos que o seja um reforço da cooperação estratégica”.
Pedro Machado debruçou-se também sobre a temática da inteligência artificial (IA). “Eu assisti a muitos congressos em que se apontava a bandeira do fantasma da IA que ia mitigar ou eventualmente socorrer-se do que é o papel das agências de viagens”, defendeu o executivo durante a sua intervenção. “O risco é as empresas não introduzirem nos seus modelos de negócio e, em particular, nos atos de gestão aquilo que são as vantagens competitivas da IA. Quanto mais colocamos a IA neste domínio, mais e maior é o desafio de colocarmos a nossa inteligência emocional no controlo e domínio da IA”.
O Secretário de Estado do Turismo destacou ainda que “Seul e a Coreia do Sul é um mercado extraordinariamente importante para Portugal”, uma vez que o país “tem 25 milhões de católicos e nós somos um destino preferencial para o domínio de quem procura a cultura, a religiosidade e o espiritual”. A par disto, “a Coreia do Sul tem 4,5 milhões de jogadores de golfe, o que faz com que seja um dos países mais competitivos em matéria” deste desporto, e “Portugal tem um ou o melhor destino de golfe do mundo” e “quer naturalmente aproveitar e reforçar a sua competitividade”, disse.
“Fizemos mais: alargámos e reforçámos os voos para o Brasil”, afirmou Pedro Machado, referindo como exemplo o voo para Florianópolis. “Estamos a trabalhar afincadamente no alargamento de novas rotas e estamos a olhar para mercados que hoje têm sido potenciados nomeadamente pelos Estados Unidos, nomeadamente o Canadá, que em setembro reportou mais dormidas em Lisboa do que os próprios americanos”, acrescentou. “O mercado dos Estados Unidos acaba por arrastar positivamente outros mercados que queremos reforçar, como é o caso do México”, que em 2023 significou um milhão de turistas em Espanha.
“A nossa capacidade e a nossa aposta enquanto Turismo de Portugal e Secretaria de Estado é reforçar a posição dos nossos delegados nesses mercados, em particular mercados que têm hoje uma qualificação e uma capacidade financeira maior do que os mercados clássicos tradicionais, e reforçados pela conectividade aérea”, acrescentou.
Pedro Machado destacou também os programas introduzidos no “Acelerar a Economia” para a formação dos migrantes e para a gestão inteligente da cidade e dos territórios, visando “qualificar a experiência dos turistas”.
O executivo sublinhou ainda que é “imprescindível” garantir “o grau de satisfação e felicidade das nossas comunidades”. “Ter turismo é uma vantagem económica, é uma vantagem competitiva, mas deve e tem de ser assumido também pelas comunidades residentes, daqueles que recebem turistas, como uma vantagem para a verdadeira coesão”, disse Pedro Machado.