Sexta-feira, Janeiro 24, 2025
Sexta-feira, Janeiro 24, 2025

SIGA-NOS:

APAVT: Setor de distribuição trouxe 6 mil milhões de euros de VAB para a economia

-PUB-spot_img

Em 2023, o setor da distribuição turística representou 2,6% do PIB, de acordo com as previsões apresentadas por Sandra Primitivo, executive director da EYP – Core, no congresso da APAVT. Este valor significa seis mil milhões de euros de VAB arrecadados pela indústria para a economia portuguesa no ano passado.

No palco do 49.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Huelva, Espanha, Sandra Primitivo apresentou esta sexta-feira, dia 25 de outubro, um estudo elaborado pela consultora Ey-Parthenon sobre a distribuição turística no período pós-pandémico.

Sobre o valor acrescentado pelo setor de distribuição, Sandra Primitivo destacou que “em 2019 o valor era 2% do PIB, em 2022 já tínhamos 2.4% – mesmo num cenário em que as agências não recuperaram o volume de negócios –, e em 2023 estamos com uma previsão de 2,6%”. De acordo com o estudo, o valor previsto representa, em 2023, “seis mil milhões de euros de VAB [valor acrescentado bruto] e contributo para a economia”, o que “equivale mais ou menos ao PIB de Montenegro e quase o PIB do Mónaco”.

“Estamos a falar de que o VAB das agências de viagens e o seu valor aumentou mais do que o PIB”, deixou claro Sandra Primitivo. Já em 2022, o valor económico da distribuição turística superou em 38% o impacto no VAB de 2019.

A conclusão do estudo, disse, “é que este tecido empresarial da distribuição turística é constituído por empresas de pequena dimensão média e com alta rotatividade”, explicou a responsável, acrescentando que a maioria das empresas são “familiares” e com “pessoal mais qualificado que a média da economia portuguesa”.

O número das agências de viagens tem vindo a aumentar ao longo dos anos, indicou Sandra Primitivo. “Durante a pandemia, os nascimentos reduziram-se e as mortes aumentaram e, agora, estamos num nível em que quase que os dois se encontraram”, esclareceu.

Trata-se de um “setor muito jovem”, onde “cerca de 40% das empresas têm menos de cinco anos”, uma vez que é uma indústria “onde existem poucas barreiras à entrada”, o que leva a que esteja “sempre em rotação”.

“As empresas mais antigas representam uma parte muito importante do volume de negócios, quase 60%, e as dez maiores representam 40% do volume de negócios”, referiu Sandra Primitivo. “Ou seja, temos um mercado muito fragmentado, mas os volumes de negócios estão nas empresas mais antigas, que são aquelas que são mais resilientes e têm maior quota de mercado, e as empresas mais pequenas tendem a sair do mercado com maior frequência”.

O volume de negócios das empresas registou um crescimento em 2019, enquanto no período da pandemia, em 2020 e 2021, houve “uma queda abrupta que foi mais intensa nas agências de viagens do que nos outros segmentos que compõem o turismo”. “No alojamento, na restauração, houve a possibilidade de alguma substituição do mercado internacional pelo mercado doméstico e, no caso das agências de viagens, isso não aconteceu”, justificou.

Após a recuperação da indústria em 2022, o ano passado assinalou a “retoma” ao volume de negócios registado em 2019, de acordo com Sandra Primitivo, que considera que este facto é demonstrativo da “grande capacidade de resiliência do setor”. A nível segmental, o outgoing e lazer continua a representar “a maior fatia do volume de negócios”, com um reforço entre 2019 e 2022.

Sandra Primitivo referiu que “37% do volume de negócios respeita a faturação realizada através de canais online”, o que significa que “os balcões presenciais ainda continuam a ser a grande aposta das agências de viagens, até porque estão espalhados pelo país todo”. Destes 37%, verifica-se ainda que “são as empresas de maior dimensão que têm maior penetração online”.

Quanto às tendências observadas após a pandemia, Sandra Primitivo destacou a “urgência de viajar”, a importância da segurança que levou os turistas a voltar a procurar agentes de viagens, a redução do segmento corporate e a redução do número de viagens de trabalho devido a ferramentas como o Zoom e o Teams.

Os principais “drivers da recuperação” referidos pelas agências de viagens no âmbito do inquérito foram a expansão dos produtos e uma maior aposta em nicho de mercado, bem como na personalização das experiências. Sandra Primitivo falou ainda sobre a importância de “contactar diretamente com os clientes”, reforçando a sua proximidade com os agentes.

DEIXE A SUA OPINIÃO

Por favor insira o seu comentário!
Por favor, insira o seu nome aqui

-PUB-spot_img
-PUB-spot_img