Sexta-feira, Janeiro 24, 2025
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Aveiro debate Estratégia Turismo 2035: “Hoje, promovem-se destinos de interior e natureza”

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O Centro de Congressos de Aveiro acolheu na passada segunda-feira, dia 11, a sexta conferência do ciclo “Construir o Turismo do Futuro”, uma iniciativa nacional promovida pelo Turismo de Portugal.

Sob a presidência de Pedro Machado, Secretário de Estado do Turismo, e perante uma assistência de cerca de 600 espectadores, o evento reuniu intervenientes do setor para recolher contributos para a nova Estratégia Turismo 2035.

Turismo com 27 mil milhões de euros de receitas ainda este ano

Na sessão de abertura da conferência, moderada pelo jornalista Paulo Baldaia, Pedro Machado esteve acompanhado por Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, Isabel Damasceno, presidente da CCDR Centro, e José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro.

O Secretário de Estado destacou o crescimento expressivo do turismo em Portugal, que irá ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas ainda este ano, meta anteriormente prevista para 2027. “O Turismo é uma atividade que cresce em todo o mundo. Há cerca de 30 anos, o número de pessoas que viajavam era de 500 milhões de pessoas; atualmente dão 3 mil milhões. Isto é uma oportunidade para o nosso país, embora seja também um desafio”, afirmou Pedro Machado. “Estamos aqui a receber contributos para estabelecermos uma estratégia que aproveite as oportunidades e diminua os riscos do crescimento turístico”, acrescentou.

Pedro Machado

Raul Almeida salientou a evolução do perfil turístico do país e da região, com um foco crescente nos destinos de interior e turismo de natureza. “Durante muito tempo, privilegiava-se o produto sol e mar. Hoje, promovem-se mais os destinos de interior, a natureza e o turismo cultural. Estamos a transformar a diversidade em oportunidade”. Mas para levar os turistas a descobrirem o território, são necessárias melhores acessibilidades, lembrou: “É necessário um Plano de Mobilidade, que permita direcionar os fluxos turísticos que chegam aos aeroportos de Lisboa e Porto para todo o país. Para isso, precisamos de investimento na ferrovia, mas também na rodovia”.

Por sua vez, Isabel Damasceno enfatizou a importância do turismo para a região Centro, destacando o papel estruturante do setor na coesão territorial. “O sucesso da região é fruto da organização e colaboração entre as várias entidades do turismo, como as Comunidades Intermunicipais, as empresas e a Turismo Centro de Portugal, que assume um papel central de agregador e fazedor na estratégia regional”, afirmou.

José Ribau Esteves deu as boas-vindas aos presentes e saudou o carácter aberto do evento. “O turismo é uma atividade que atravessa uma onda positiva e, no papel de cada um, temos conseguido somar. Esta conferência demonstra que o turismo é uma atividade aberta, que estimula o debate entre todos e em que o contributo de um pequeno parceiro é tão importante como o de uma grande cadeia empresarial”, elogiou.

Coube a Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, apresentar as linhas-mestras da Estratégia Turismo 2035. Carlos Abade destacou o peso crescente do setor na economia nacional, representando já 16,5% do PIB e 20% das exportações, e apresentou dez desafios prioritários para o futuro do setor. Estes incluem, entre outros, o fortalecimento da relação entre turismo e as comunidades locais, o reforço das competências de gestão, o aproveitamento da tecnologia, e a promoção de um turismo responsável e inovador.

Carlos Abade

Seguiu-se o painel “Como responder aos desafios do turismo?”, em que figuras de relevo do setor partilharam as suas perspetivas sobre os caminhos a seguir. O debate contou com a participação de Carlos Costa, professor da Universidade de Aveiro, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, Célia Gonçalves, do PROVERE Aldeias de Montanha, Pedro Pedrosa, da A2Z, Elsa Marçal, do Convento da Sertã e, em representação da AHP, Alexandre Marto, do Fátima Hotels. Os intervenientes abordaram os desafios que a atividade turística enfrenta e apresentaram algumas pistas para o futuro.

Houve ainda um período para intervenções da assistência, de que resultaram propostas de várias medidas que serão analisadas no âmbito da Estratégia Turismo 2035.

A encerrar a conferência, Pedro Machado sublinhou que a estratégia que está agora a ser construída não se esgota no ciclo de conferências e recordou os dez principais ativos estratégicos do país: Clima e Luz; Natureza; História, Cultura e Identidade; Mar; Água; Gastronomia e Vinhos, Eventos Artístico-Culturais, Desportivos e de Negócios; Bem-Estar; Living; e um ativo transversal a todos os anteriores, que são as Pessoas.

O ciclo de conferências “Construir o Turismo do Futuro” teve início em Lisboa, a 3 de outubro, e termina o seu percurso pelo país em Faro, a 25 de novembro.

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