Segunda-feira, Setembro 16, 2024
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Bernardo Trindade espera que 2024 traga uma “correção” dos encargos financeiros para os hotéis

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O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, expressou, esta quarta-feira, dia 21, a esperança de que o aumento dos encargos financeiros nas empresas hoteleiras seja corrigido em 2024.

Durante a sessão de abertura do 34º Congresso Nacional da Hotelaria, que ocorre na Madeira, o presidente da AHP abordou vários desafios enfrentados pelo setor, destacando questões relacionadas à conta de exploração das empresas hoteleiras.

Bernardo Trindade ressaltou que, sendo um setor intensivo em capital, a hotelaria enfrentou um aumento substancial dos encargos financeiros. O aumento das taxas de juro de referência, motivado pela guerra na Ucrânia e o controlo inflacionista do Banco Central Europeu (BCE), “resultou num significativo aumento nos encargos das empresas hoteleiras”, duplicando-os e afetando tanto as empresas quanto os resultados da banca, que viram  “o aumento da sua margem financeira”.

Guerra na Ucrânia e o controlo inflacionista do Banco Central Europeu (BCE), “resultou num significativo aumento nos encargos das empresas hoteleiras”

O presidente da AHP expressou a esperança de que parte desses efeitos possa ser corrigida em 2024. Além disso, fez um apelo aos principais partidos políticos durante o período de pré-campanha para que as instituições financeiras públicas, como o Banco Português de Fomento e a Caixa Geral de Depósitos, atuem em prol da economia e do turismo. O responsável destacou a necessidade de desenvolver instrumentos financeiros adequados às necessidades do setor, em colaboração com o Turismo de Portugal.

“Apelamos aos maiores partidos políticos neste período de pré-campanha – tal como já o fizemos nos dois almoços promovidos pela CTP – para que as instituições financeiras públicas sob a responsabilidade do Estado, o Banco Português de Fomento e a Caixa Geral de Depósitos, sejam instrumentos ao serviço da economia e do turismo, procurando desenhar instrumentos financeiros adequados às necessidades do setor em articulação com o Turismo de Portugal. Sejamos claros, outra qualquer agenda não nos serve. Se são empresas públicas, e respeitada a sua autonomia de gestão, é tempo de relembrar os objetivos estratégicos do país, e os mesmos não podem passar indiferentes a estas instituições”, disse.

Outro ponto abordado no discurso foi a questão do fator trabalho, com o presidente da AHP observando um aumento significativo na mão de obra imigrante no setor do turismo. Além de enfatizar a importância de dignificar os trabalhadores imigrantes, abordou temas como qualificações, habitação e transporte.

“Ainda do lado da nossa competitividade e depois de falar no fator capital, pedir um olhar muito sério para o fator trabalho. Portugal entre 2015 e 2023 passou de 3% para 15% na mão de obra imigrante. Segundo a SS, são hoje mais de 720 mil os trabalhadores imigrantes, sendo 115 mil só no setor do turismo. O saldo na SS entre contribuições e prestações desta mão de obra imigrante é de 1500 milhões de euros”, sublinhou.

“Lamentamos que a Comissão Técnica Independente responsável pelo relatório sobre a localização do novo aeroporto, não tenha tratado com a mesma dignidade as respostas a curto e médio prazo que Portugal tem de dar em termos de acessibilidades”

A falta de capacidade no aeroporto de Lisboa também foi destacada como um fator limitante para o crescimento do turismo em Portugal. O presidente da AHP lamentou as recusas de aproximadamente 1,3 milhões de lugares de avião em 2023 e questionou a viabilidade de Portugal se dar a esse luxo diante da demanda de clientes de alto valor aquisitivo.

“Lamentamos que a Comissão Técnica Independente responsável pelo relatório sobre a localização do novo aeroporto, não tenha tratado com a mesma dignidade as respostas a curto e médio prazo que Portugal tem de dar em termos de acessibilidades. E pergunto: podemos dar-nos a este luxo? Não me parece”, afirmou.

Além disso, o discurso abordou a escassez de água no Algarve, principal região turística de Portugal. O presidente da AHP expressou a disponibilidade da associação para colaborar na gestão desse recurso fundamental, mas alertou contra decisões unilaterais que possam prejudicar a população local e os visitantes.

O discurso refletiu a preocupação da Associação da Hotelaria de Portugal com diversos aspectos que impactam diretamente o setor, enfatizando a necessidade de ações colaborativas e soluções estratégicas para garantir o crescimento sustentável do turismo no país.

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