A Estratégia Turismo 2035, atualmente em fase de construção, será orientada por uma visão a dez anos, mas com a flexibilidade necessária para se adaptar às rápidas mudanças do cenário global, assegurou Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal.
Durante um encontro com a imprensa, realizado na quarta-feira, 27 de novembro, Carlos Abade explicou que, apesar do horizonte temporal mais longo, a estratégia incluirá mecanismos de revisão constantes, permitindo ajustes.
“O propósito é termos uma visão a 10 anos, mas isso não significa que a estratégia não terá mecanismos de revisão e ajustamento constante”, afirmou o responsável.
“Sabemos que hoje o mundo muda rapidamente, e a adaptação a essas mudanças será necessária. A nossa visão para o setor e o valor que queremos entregar à economia e às pessoas precisam de se alinhar com essas transformações”, disse. Contudo, sublinhou que, embora a visão seja a longo prazo, a estratégia incluirá mecanismos de revisão contínua para se ajustar a novas realidades. “Provavelmente, a quantificação dos objetivos pode ser alterada ao longo do tempo, mas o objetivo principal da estratégia deve manter-se, com revisões constantes para garantir que estamos no caminho certo.”
“Não estamos à espera de uma nova pandemia, mas temos que estar preparados para qualquer eventualidade. A estratégia terá a capacidade de ser ajustada, se necessário”, afirmou o presidente do Turismo de Portugal, destacando a importância de se traçar cenários de longo prazo, mas com a capacidade de responder rapidamente a mudanças inesperadas.
Aceleração do crescimento e novas oportunidades
Carlos Abade destacou que a flexibilidade da estratégia será ainda mais importante à medida que o setor procura crescer de forma mais rápida e em valor. “Precisamos de acelerar o crescimento, mas não apenas no volume de turistas. Precisamos crescer de forma estratégica, focando no aumento da qualidade e do valor do turismo”, explicou.
Para isso, a Estratégia Turismo 2035 aposta também em novos produtos turísticos, sem abandonar os existentes, mas procurando inovar e diversificar. “O que queremos é continuar a inovar e ampliar as ofertas. Já começámos com o turismo literário, o turismo industrial, o cycling e walking, e o autocaravanismo. Agora, estamos a explorar mais o enoturismo e o turismo desportivo”, afirmou. “Portugal tem uma grande vantagem competitiva no enoturismo, por exemplo, e devemos reforçar a nossa posição nesse mercado”, acrescentou Carlos Abade.
Mercados de maior valor acrescentado
Em relação aos mercados internacionais, Carlos Abade afirmou que a estratégia está a focar-se na expansão para mercados de maior valor acrescentado. “Estamos, naturalmente, sempre à procura de mercados de maior valor acrescentado. O facto de alargarmos a rede externa a mercados como o México, ou mercados como a Austrália, ou de reforçarmos a nossa presença dos Estados Unidos, significa que há uma aposta para já nestes mercados”, revelou.
Além disso, a estratégia inclui o desenvolvimento de novas rotas aéreas e a ampliação da presença em mercados emergentes, como a Coreia do Sul. “A abertura da primeira rota direta entre a Coreia do Sul e Lisboa abre portas a oportunidades extraordinárias”, sublinhou Carlos Abade. O presidente do Turismo de Portugal também mencionou a criação de uma equipa dedicada à Coreia do Sul, destacando a importância deste mercado para o futuro do setor.