O diretor geral da IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, Willie Walsh, espera que a indústria da aviação saia da pandemia “menor e mais cautelosa”, e duvida que as companhias aéreas tentem expandir-se através de aquisições.
“Será uma indústria menor. Não vamos recuperar toda a capacidade”, disse o diretor-geral em entrevista à Reuters esta segunda-feira, dia 24.
O setor de aviação foi afetado pela pandemia, que continua a deixar muitas aeronaves em todo o mundo paradas ou a voar quase vazias.
“Será uma indústria mais cautelosa. Não espero ver atividades de fusões e aquisições, principalmente porque as pessoas estarão protegidas quanto ao dinheiro que têm.”
O responsável da associação disse que gastar “recursos valiosos em dinheiro” seria “muito arriscado”, mas acredita que haverá consolidação através da redução das operações das companhias aéreas e algumas falências.
Segundo as previsões da IATA, a procura global por viagens retomará aos níveis pré-pandémicos em 2024.
Embora as companhias aéreas que sobreviverem preencherão as lacunas deixadas pelas que faliram, terão que ter cuidado com a rapidez com que se reconstruirão, disse Walsh, pedindo cautela.
“As companhias aéreas não serão capazes de correr o risco de operar rotas não lucrativas no curto prazo”, disse ao consultor de aviação John Strickland.
No entanto, Walsh não acredita que a crise tenha prejudicado os modelos de negócios das companhias aéreas, como os das companhias aéreas regionais ou de baixo custo, entre outras.
“Nada mudou a natureza competitiva desta indústria”, disse.