Foi alcançado um compromisso internacional para reduzir as emissões provenientes do combustível de aviação em 5% até 2030, conforme anunciado durante a terceira Conferência sobre Combustíveis Alternativos para a Aviação, realizada no Dubai na passada sexta-feira. Este acordo, estabelecido pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), tem como objetivo apoiar a meta global do setor da aviação de alcançar emissões líquidas zero até 2050.
O quadro acordado abraça a promoção do uso de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e inclui um novo objetivo global de redução das emissões em 5% até 2030, impulsionado pelo uso de combustíveis mais limpos. Para assegurar a efetiva implementação deste compromisso em todas as regiões do mundo, estão previstas políticas abrangentes e medidas de apoio.
O governo do Reino Unido destacou o seu papel de liderança ao alocar £53 milhões (cerca de 61 milhões de euros) do Fundo de Combustíveis Avançados para expandir a indústria de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF) no país. Esse investimento visa a construção de cinco plantas comerciais de SAF até 2025, além do estabelecimento de um centro nacional para testes e aprovação de novos combustíveis avançados para aviação.
O ministro da aviação, Anthony Browne, ressaltou a importância desse acordo para o setor da aviação sustentável, afirmando que representa um passo significativo em direção ao compromisso global de descarbonizar a aviação internacional. “Este acordo mostra que, quando o mundo se une e coopera, podemos promover mudanças reais”, frisa.
O diretor geral da Iata, Willie Walsh, salientou a necessidade de “políticas governamentais robustas” para impulsionar o mercado global de SAF e atingir os objetivos estabelecidos. “O acordo do CAAF/3 sinaliza ao mundo, sem sombra de dúvida, a necessidade de políticas que permitam progressos reais. Não há tempo a perder. A IATA agora espera que os governos coloquem urgentemente as políticas mais fortes possíveis para desbloquear todo o potencial de um mercado global de SAF com um aumento exponencial na produção”, afirma.
“Apesar de sinais inequívocos de procura, o mercado de produção de SAF não está se está a desenvolver rápido o suficiente. É necessário ter SAF em todo o mundo, e, nesse sentido, as políticas de apoio certas – políticas que possam estimular a produção, promover a competição, fomentar a inovação e atrair financiamento – devem ser implementadas hoje”, defendeu.
Julia Simpson, presidente e CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, elogiou o acordo assinado por 100 estados, destacando que é crucial acelerar o desenvolvimento e a adoção de SAF para garantir um setor de aviação mais sustentável e resiliente. Cinco principais associações de aviação europeias também expressaram apoio, afirmando que o compromisso de reduzir as emissões em 5% até 2030 enviará um sinal claro para o setor de energia desenvolver combustíveis alternativos e atrair investimentos.
Cinco principais associações de aviação europeias que representam as companhias aéreas, aeroportos, indústria aeronáutica civil e prestadores de serviços de navegação aérea da Europa – parceiras através da aliança Destination 2050 – disseram que aplaudem a inclusão de um objetivo de redução de 5% nas emissões de CO2 até 2030 através do uso global de SAF, “o que fornecerá um sinal claro para o setor de energia desenvolver combustíveis alternativos e atrair o investimento necessário”.





