Uma grande parte dos viajantes portugueses (33,9%) afirmou que um dos fatores que mais influenciam na escolha de um pacote de viagens de verão é a confiança que depositam nos operadores turísticos e nas agências de viagens, revelou o primeiro estudo “Barómetro de Viagens”, realizado pela Associação Nacional de Agências de Viagens (ANAV).
Este estudo integra o projeto Observatório ANAV, que, a partir de 2024, passa a apresentar duas vezes por ano o seu Barómetro de Viagens. Para o primeiro estudo, foram consultadas perto de 400 agências de viagens, no qual obtiveram resposta de 59 agências, cerca de 3% do setor em Portugal.
O questionário enviado era composto por um total de seis perguntas, relacionadas com a temática das Viagens de Férias de Verão.
Para primeira pergunta, a ANAV optou por saber quais os três destinos mais escolhidos dos portugueses para as férias de verão. Em primeiro lugar está Cabo Verde, devido à proximidade, à qualidade da oferta hoteleira e ao aumento da operação.
Segue-se Espanha nas preferências dos portugueses não só pela sua proximidade, mas também por ser um produto económico. A completar o pódio está a República Dominicana, graças ao crescimento da oferta em 2024 e pela relação qualidade/preço.
Portugal está fora do pódio devido à subida do preço médio durante os últimos anos e pela escolha de outros canais, que não as agências de viagens, para reservar as suas férias dentro do país, justifica a ANAV.
Relativamente ao valor médio gasto por viagem, este situa-se entre os 1.000 e 1.500 euros por pessoa. “Embora o preço médio tenha aumentado, a verdade é que o poder de compra dos portugueses continua a manter-se entre estes valores”, aponta Luís Henrique, diretor-geral da Airmet.
Contudo, face a 2023, 55,9% das agências afirma que os clientes gastaram mais nas férias de verão e 30,5% diz que gastaram valores idênticos. Apenas 13,6% apontam para um decréscimo dos gastos dos seus clientes.
A maioria das agências de viagens questionadas (94%) afirma que os seus clientes optaram por estadias de sete noites, existindo, no entanto, uma percentagem significativa (3,4%) que priorizou estadias médias de 15 dias.
Por sua vez, o clima (91,5%), a segurança (50,8%) e a cultura (23,7%) continuam a ser os três fatores mais importantes, entre os portugueses, na escolha de um destino de férias de verão.
Por último, os fatores que mais influenciam na escolha de um programa são a relação qualidade/preço (93,2%) e a confiança no operador turístico/agência de viagens (33,9%).
“Apesar de haver outros canais de distribuição, as agências de viagens continuam a ter um papel decisivo no processo de escolha dos clientes”, destaca Luís Henriques.
“Quando um cliente procura um conhecimento profissional para escolher o seu destino, quem está mais capacitado para aconselhar são as entidades que conhecem o destino, ou seja, as agências de viagens”, afirma Miguel Quintas, presidente da ANAV. “O Barómetro de Viagens vem reforçar isso, essencialmente em viagens mais distantes, acima dos 600 quilómetros da residência do cliente”, acrescenta.